O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

PEDAGOGIA E ITINERÁRIO FORMATIVO 


A terceira seção do Documento 93 (Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil) apresenta a pedagogia e itinerário formativo, lembrando que “a meta para a qual se orienta o caminho formativo é o sacerdócio ministerial, enquanto participação na Igreja do mesmo Sacerdócio de Jesus Cristo” (Pastores Dabo Vobis, n. 11), o que significa preparar bons pastores para o Povo de Deus (Doc. 93, n. 203). Este objetivo geral da formação inicial vai incidir no desenvolvimento do processo pedagógico: a formação do ser, a formação do saber e a formação do servir (n. 204), dentro de um processo de continuidade e gradualidade que levam ao crescimento e à maturação ao longo do tempo formativo, em todos os apectos da formação presbiteral (n. 205).

No n. 206 vemos que o projeto de um caminho na formação inicial deve ter: etapas formativas de personalização da fé, o discernimento vocacional, estudos acadêmicos, ambiente comunitário, acompanhamento espiritual. Tudo deve estar voltado para favorecer ao vocacionado ao Presbiterado “um caminho de auto-conhecimento e formação humano-afetiva que possa, gradualmente, favorecer-lhe a integração de sua personalidade” (Plano Formativo da Pessoa dos Futuros Presbíteros – Diocese de Jaboticabal, n. 1). “Viver o compromisso evangelizador não deve ser capricho de momento. Trata-se de um engajamento profundo a atingir todas as dimensões do ser humano” (Alfonso Garcia Rubio, Evangelização e maturidade afetiva, p. 200). É preciso pensar a pessoa do formando em todas as suas dimensões, para que haja uma integração enquanto possibilidade de crescimento e amadurecimento. Embora as dimensões estejam separadas para uma apresentação, como recurso pedagógico, devem estar voltadas para a interação e a complementariedade, não havendo espaço para nenhuma forma de privilégio e nem mesmo de reducionismo.

Entende-se a importância das etapas formativas como um processo de construção do sujeito, dentro de um ritmo de mudança, aprendizado e integração. É o ritmo mistagógico, “pois exercita a experiência no encontro com Jesus Cristo, no discipulado, na conversão, na comunhão e na missão” (nn. 208 e 209). Neste sentido, “a formação inicial exige dos formandos disposição e abertura, aprendizado, crescimento e discernimento, passo a passo, sobre sua vocação como projeto existencial” (n. 210).

Cada formando, com o “protagonismo por antonomásia do Espírito Santo” (n. 209), seja adequado ao buscar sempre o que possa favorecer a medida do amadurecimento, enquanto sabe que é um “ser perfectível” - de acordo com a definição de Alessandro Manenti - “aquele que ainda está a caminho, nunca chegado a termo, sempre necessitado de escuta, sempre curioso de conhecer talentos que tem a desenvolver, sempre em formação permanente” (Vocação, psicologia e graça, p. 61).

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