Retornar é preciso
A cada ano, depois de um período intensivo de trabalho, nos acostumamos a desfrutar de um momento de descanso, de um momento de férias. Recordando a passagem do livro do Gênesis, nos lembramos do Deus criador que, depois de ter criado todas as coisas, descansou (Cf. Gn 2,2). O descanso faz parte da nossa vida. Deixamos a agitação do dia-a-dia, o cansaço do nosso trabalho, para com tranquilidade repormos as energias.
Também no seminário necessitamos deste momento de repouso. Ao findar de um ano, nos despedimos da Casa Formativa e voltamos para o nosso lar, para junto de nossos familiares. Junto deles, o nosso caminhar não sofre um corte, mas, pelo contrário, continua, pois no berço de nossas famílias o Senhor nos chamou. Isso nos faz lembrar que temos uma origem, nos faz lembrar quem somos, porque na família fomos formados, recebemos os primeiros sinais da nossa fé, nela conhecemos a Deus. Mas retornar é preciso.
O retorno à Casa de Formação revela que estamos num processo contínuo de discernimento, de aprendizado, de entrega. Como diz o regulamento do Seminário, é na Casa de Formação que “aperfeiçoamos a nossa participação no mistério pascal de Cristo, Bom Pastor, como mestre, sacerdote e rei”. Citando o papa Bento XVI, na sua carta dirigida aos seminaristas, podemos ainda dizer que “o seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal”. Por isso se faz necessária, já que vivemos em comunidade, a prática da fidelidade. Somente sendo fiéis à nossa vocação e às orientações que norteiam a nossa caminhada formativa e, abrindo-nos ao contexto no qual se vivemos, “comunidade dos discípulos”, seremos de fato, protagonistas da nossa própria formação.
Neste ano, o nosso retorno foi marcado por algumas mudanças. Mudamos de casa, de direção, mas não mudou o espírito formativo. Talvez alguns não concordem com esta afirmação, mas o espírito é o mesmo. Afinal, conduzirá os nossos passos, o nosso Plano Formativo que vem como que uma luz a nos iluminar. Sejamos, pois, no início deste ano, homens dóceis ao Espírito do Pai, para assim nos configurarmos cada vez mais a Cristo, Bom Pastor.
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