MAIS UM ANO SE PASSOU?...
“Nossa, já estamos no final do ano?” Tenho ouvido muitas pessoas dizerem assim, referindo-se ao fato de o ano ter passado tão depressa. Impressionante como o tempo passa tão rápido e nós só percebemos quando temos a oportunidade de parar um pouco e pensar. Surgem inevitáveis questionamentos: é o tempo que passa tão rápido ou nós que não percebemos por causa de nosso ativismo? Que as pessoas realmente estão cada vez mais envolvidas com os seus afazeres, não é novidade. E que, de forma crescente e assustadora, estão cada vez mais distantes, também não é novidade. Certamente não estou aqui para discorrer sobre esta realidade da nossa vida, mas não poderia deixar de falar daquilo que ouvimos e vivemos, servindo até como uma boa introdução para a minha reflexão.
Talvez devêssemos nos perguntar como temos administrado nosso tempo, antes mesmo de tomarmos conta de que ele tem passado tão rápido. Como seria oportuno se ao invés de perceber o tempo, vivêssemos intensamente cada segundo. Acredito muito que aquelas pessoas que tenho ouvido falar sobre a rapidez com o que dias passam, consomem-se, assim como o tempo, em seu labor, em suas lutas e na convivência e comunhão com o próximo. São pessoas que descobriram o valor de uma vida inteira de dedicação, de amor, de saborear cada momento. Acredito sim, pois não têm nem tempo para pensar no próprio tempo.
Já pensaram como é angustiante uma espera, principalmente quando não sabemos bem ao certo quem é aquele que esperamos? Ou quando nos pomos a esperar alguém que combinou horário conosco e, não só nos deixa esperando, como se julga no direito de nem sequer avisar que não virá. Contrário a toda esta situação, vivemos o tempo do Advento como proposta de uma espera alegre e confiante e não de frustração, enquanto temos a certeza de que Deus se fez presente e operante em nossa história, transformando toda incerteza em alegre expectativa de ver renascer um sentido para nossa humanidade, tornando-nos protagonistas no seu misterioso desígnio de salvação. Nada pode se sujeitar ao condicionamento de uma história escrita somente pelas mãos humanas que querem ditar os rumos de seus interesses, somos nós que devemos escrevê-la, com a certeza de que Deus mantém sempre a direção.
Este é o caminho e acredito que seja a grande descoberta de pessoas que encontramos em nossas vidas e que nos dão grandes motivos para podermos seguir adiante. Pessoas que realmente encontraram o sentido do tempo que passa, mas que certamente não o estão deixando passar por elas: aproveitam cada segundo vivido, como se fosse o último.
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