Adailton Altoé foi salesiano. Trabalhou diretamente com a juventude durante onze anos, dois dos quais como assessor da PJ (Pastoral da Juventude) do Regional Leste II e membro da Comissão Nacional de Assessores da PJ. Por oito anos foi membro da Diretoria Geral do IPJ (Instituto da Pastoral da Juventude) Leste II, através da qual assessorou dezenas de cursos. De 1994 a 1997 foi pároco na região serrana capixaba e em 1998, pároco em Goiânia. Tem sido diretor do Oratório Diário e Festivo, que desenvolve um trabalho preventivo com 207 crianças e adolescentes empobrecidos.
Um livro de abordagem fácil, eficaz e bastante claro. Dividido em duas partes, na primeira temos uma boa visão de conjunto, já na segunda, Altoé transmite-nos a experiência de Jesus vivenciada em diversas perspectivas.
Abraçando um viés metodológico – capaz de lançar-nos, sem resistência alguma, para o meio do ambiente narrado de maneira contagiante – apresenta-nos aquilo que é essencial. Naquele primeiro momento referido, o autor mostra como se deve trabalhar em grupo, ensinando com clareza o que é necessário para saber aonde se quer ir, bem como quando e como se pretende chegar, ou seja, temos que ter sempre ponto de partida e ponto de chegada, nunca deixar de lado a clareza da meta, que pode ter curto, médio ou longo prazo.
Para que tudo se realize dentro destes parâmetros é necessário um grupo, não muito grande, mas que abrace a verdadeira amizade, confiança e que gere a oportunidade para todos participarem. Este grupo deve manter sempre a mesma direção e destino, aliados à experiência de caminhada que os tire do isolamento e os abra à vida, para a humanidade e consequentemente para Deus.
O autor para exemplificar esta metodologia, usa a antiga e conhecida “sra. Kombi”, pois ela tem a capacidade de conduzir um Grupo de Base, bem coeso. E nela, como um todo, como um corpo orgânico, cada parte é de suma importância para o bom funcionamento da mesma, por menor que seja ou aparentemente insignificante determinada parte, ela desempenha papel insubstituível e eficaz, contribuindo assim para que todo o “corpo” esteja agindo com harmonia: lataria, bateria, pneus, direção etc.
Outros fatores importantes a se considerar são: o diálogo entre componentes envolvidos; adequação a novos contextos que vão surgindo e que não estavam previstos no início da jornada - neste caso, manter viva a esperança, a fé e a caridade fraterna pode ajudar muito; a parada para ver o caminho já percorrido e vislumbrar aquilo que virá ou aquilo que deve ser mudado, ou seja, uma boa avaliação, aproveitando-se também para descansar, revisar o carro, comemorar e celebrar o caminho percorrido.
O guia maior para toda nossa ação pastoral é a ação e a experiência de nosso Mestre e Senhor, Jesus Cristo. Esta experiência é-nos revelada na segunda parte de “A Arte de Caminhar”, continuando com o texto simples, mas agora na concretude do encontro e do sentir do próprio Jesus junto ao povo, principalmente pobre, sofrido, ou melhor, junto àqueles que eram considerados perdidos ou sem valor para os que se consideravam eleitos. Muito interessante é como o autor apresenta este livreto. A metodologia da primeira parte em que é focada a ação grupal, do todo coeso desde a partida até a chegada, e isto é transladado para a segunda parte, na qual o enfoque é outro, não mais a ação grupal, mas a ação de cada membro que deve ser espelhada na ação do próprio Jesus.
Por isso, enfim, o autor usa a dinâmica posta no Evangelho de Lucas, quando Jesus toma a firme decisão de sair da Galileia e partir para Jerusalém, meta e ápice de toda sua missão.
Daí que Jesus também tem um ponto de partida e outro de chegada, porém o caminho para se chegar à meta é cheio de aventuras, percalços, oposição, apoio, acolhidas, também de rejeição, o povo que reage com euforia e retrocessos. Este ambiente encontrado por Jesus também será encontrado por aqueles que se dispuserem a levar a missão a cabo.
Nos encontros e desencontros do caminho é importante frisar, portanto, os gestos, as palavras, o aproximar-se de Jesus das pessoas, esta experiência que Ele fez deve dizer muito a nós, como devemos também fazer a nossa experiência de seguimento d’Ele. Pois, “tudo acontece no caminho, até a chegada de Jesus a Jerusalém. Já o nosso caminho missionário partiu de Jerusalém para chegar aos confins do mundo (Lc 24, 44-47)” (p. 48-49).
Jefferson de Araujo - 1° TEO
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