FORMAÇÃO PASTORAL-MISSIONÁRIA:
PRINCÍPIO UNIFICADOR DE TODO O PROCESSO FORMATIVO
“A Igreja peregrina é missionária por Natureza,
porque tem sua origem na missão do filho e do Espírito Santo,
segundo o desígnio do Pai” (DAp 347).
É neste sentido que compreendemos nossa vocação, pois “Jesus Cristo, missionário do Pai, veio anunciar o Evangelho da paz e inaugurar o Reino de Deus. Atribuiu a mesma missão aos apóstolos que escolheu para estarem com ele” (Doc 93, n. 1), fazendo com que nos sintamos privilegiados no âmbito desta missão, enquanto somos associados a ela em virtude de nossa resposta ao chamado de Deus. Por isso é preciso que, em todo o processo formativo, os futuros Presbíteros busquem um encontro com o Cristo para que, desta experiência, compreendam melhor a vontade daquele que os chamou e em consequência a própria vocação. Desta forma, o sacerdócio poderá ser “exercido e vivido por autênticos presbíteros-discípulos, presbíteros-missionários e presbíteros-servidores da vida, cheios de misericórdia” (Doc. 93, 7).
O Papa Bento XVI nos lembra da “necessidade de revigorar na Igreja a consciência missionária”(VD 92), o que certamente aponta-nos o caminho para um compromisso sempre e cada vez renovado do mandato de Jesus Cristo (cf. Mt 28,19-20). “Por conseguinte, a missão da Igreja não pode ser considerada como realidade facultativa ou suplementar da vida eclesial (VD 93).
A partir destas considerações, compreende-se melhor o que o Documento 93 diz sobre a formação pastoral-missionária como “princípio unificador de todo o processo formativo, e que consiste na necessária qualificação específica para o ministério pastoral, sempre impregnado pela ação e condução do Espírito de Deus” (n. 300). Não se concebe uma formação sem estar voltado para a realidade e sentido do ministério presbiteral, reforçando ainda mais a necessária atenção à “conversão pastoral” (DAp 370), como gesto de quem realmente procura compreender a vocação como adesão àquele que chama e envia (cf. Mt 4,19), inserindo neste processo toda a experiência que deve brotar do encontro com o Mestre (cf. Jo 1,39; Mc 3,14-15). Não nos cabe outra alternativa, pois não se pode transmitir o que não se tem.
Trata-se de um imperativo decorrente de nossa resposta ao chamado de Cristo para o serviço do Reino de Deus e é o sentir-se plenamente participante desta vocação que irá condicionar todo o processo formativo do futuro presbítero, chamado “a uma vida cativada pelo serviço da Palavra” (VD 94). Reafirma-se o que não se pode prescindir na formação de todo aquele que vive este processo, pois a natureza da Igreja é ser missionária.
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