PODE HOJE A PARÓQUIA SER UMA COMUNIDADE ECLESIAL?
Um livro provocante e bastante iluminador que parte de uma questão: como a instituição paroquial (configuração eclesial mais próxima ao povo) pode interagir com o atual contexto urbano (socio-religioso-cultural) que sente as consequências de uma população sempre mais heterogênea, marcada pelo subjetivismo, a circularidade de informações, os relacionamentos virtuais etc? O autor não dá respostas, mas faz uma análise interessante da realidade, verifica algumas tentativas de respostas na linha dos movimentos e sugere várias pistas, oferecendo à pastoral urbana uma boa contribuição, na linha da "conversão pastoral" pedida pela Conferencia de Aparecida.
Não basta dizer que o povo está buscando o sagrado e que isso basta para garantir a experiência comunitária (e mesmo a sobrevivencia) da Paróquia. Precisamos perguntar que tipo de "sagrado" está buscando o povo, percebendo a rejeição do uniforme, estático, vinculante a um único grupo ou único lugar e a busca de uma experiencia privada, individual, com a consequente mobilidade (a pessoa vai onde quer) e desterritorialização (a pessoa não se sente vinculada à Paróquia territorial mas sim á Paróquia onde se sente bem).
Sente-se uma fuga do comunitário institucional, com a busca de experiencias afetivas e de livre escolha ,como os movimentos e as novas realidades eclesiais, vistos como uma reação a uma Igreja por demais institucionalizada, demasiadamente formal e pouco dinâmica. É nesse contexto de mudanças socioculturais e religiosas, que a Paróquia deve buscar sua renovação, com algumas linhas básicas de ação pastoral sugeridas pelo autor como a missão, a valorização da pessoa e o incentivo á formação de pequenas comunidades que favorecem o convívio e a partilha e nas quais se dá espaço á subjetividade.
Um livro interessante sim, mas ficaria ainda mais interessante se no segundo capítulo, ao analisar as "novas comunidades eclesiais", o autor fosse além das experiencias que analisa, abrindo-se a outros (e talvez até opostos) contextos. Apesar disso, vale a pena ler!
Bibliografia: REINERT, J.F., Pode hoje a Paróquia ser uma Comunidade Eclesial? Repensando a Paróquia em diálogo com a religiosidade pós-moderna. petrópolis : Vozes, 2010. (120 páginas, R$ 21,00).
Um livro interessante sim, mas ficaria ainda mais interessante se no segundo capítulo, ao analisar as "novas comunidades eclesiais", o autor fosse além das experiencias que analisa, abrindo-se a outros (e talvez até opostos) contextos. Apesar disso, vale a pena ler!
Bibliografia: REINERT, J.F., Pode hoje a Paróquia ser uma Comunidade Eclesial? Repensando a Paróquia em diálogo com a religiosidade pós-moderna. petrópolis : Vozes, 2010. (120 páginas, R$ 21,00).
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