O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Marcelo Adriano Cervi


“Rogate, ergo!”
Pedindo a Deus por vocações

Nosso Pastor Diocesano, Dom Fernando, insiste sempre que, em cada Santa Missa, após a comunhão, se reze ou cante o refrão “Enviai, Senhor, muitos operários para a Vossa Messe pois a Messe é grande e os operários são poucos!”. Aqui no Seminário e em muitas de nossas Paróquias, este gesto já se tornou costume e temos certeza que o Bom Deus acolhe generoso a nossa súplica.

De fato, não podemos nos queixar do número de vocações. A resposta abundante de Deus e o sério trabalho de nossos agentes do Serviço de Animação Vocacional em toda a Diocese bem como dos Formadores encarregados da seleção dos candidatos estão a propiciar que cada ano um côngruo número de jovens bata às portas do Seminário Diocesano. São jovens bons, filhos da nossa gente e que trazem consigo, na maioria das vezes, a enriquecedora experiência de ter vivido numa Comunidade Paroquial. Costumo dizer, sintetizando o feito: “é gente da Igreja para a própria Igreja!”. Cumpre-se o que o Papa Bento XVI nos recordou na mensagem para o dia mundial das vocações: “o testemunho suscita vocações”; testemunho dos padres sem dúvida, mas também testemunho das Comunidades onde realmente se vive um ambiente de serviço e de entrega ao serviço de Deus e da Igreja.

Contudo, não podemos nunca dar-nos por satisfeitos: se por um lado as vocações existem e temos visto ordenações todos os anos, por outro as baixas também começam a existir por idade, enfermidade e outros fatores e o apelo é sempre mais crescente: a messe continua grande! Cabe a nós despertar-nos àquela “cultura vocacional” capaz de fazer surgir jovens dispostos e generosos, apaixonados por Jesus Cristo, para entregar-se ao serviço da Igreja.

Nesse campo, nossas iniciativas ainda são tímidas embora tantos passos tenham sido dados (desde a construção do Seminário até o aumento do número de vocações se pensarmos, por exemplo que há 20 anos em todo o Seminário tínhamos apenas 8 seminaristas e hoje eles são 25). Da parte nossa, de consagrados, anda faltando coragem e entusiasmo para abordar os adolescentes e jovens mais diretamente; da parte do laicado urge despertar para o sentido de uma entrega total que seja capaz de realizar a pessoa, uma vez que em muitos ambientes nossos a decisão pela consagração sacerdotal e religiosa algumas vezes é tratada fora de sua beleza e verdadeiro significado. Algumas considerações sobre a vida sacerdotal (e certas vezes chacotas e considerações inoportunas) colocam muito acento na renúncia que comporta o celibato, por exemplo e pouco naquela de uma entrega total que liberta e faz crescer a pessoa e a comunidade.

Estas são pequenas facetas (talvez nem as mais pertinentes) de uma questão que precisa nos ocupar e preocupar. O próprio Senhor, diante da urgência do anúncio, colocou esta situação em evidência e de seu amoroso coração deixou escapar o quanto isso lhe está caro, dando-nos o ensinamento: “rogai, pois ao Senhor da Messe que envie operários para a sua messe!” (Lc 10,2). Que o mês de agosto – sempre mês vocacional para nós – desperte nossa atenção para a oração incessante e o ambiente vocacional que deve nos caracterizar como Povo de Deus e faça-nos ainda mais comprometidos com o trabalho vocacional.

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