"A importância da mulher na Formação Presbiteral"

“O mundo é bem agitado pela força viril, mas não pode ser fecundado, no sentido profundo do termo, senão sob o signo da mulher.” Gertrud Von Le Fort 

A presença da mulher nos seminários católicos, nas mais variadas atividades profissionais, atesta a preocupação da Igreja em formar presbíteros aptos a viverem em uma sociedade diferenciada. É uma decisão consciente quando faz a opção em dialogar com o diferente e assimilar a Alteridade feminina.

Esta experiência de integrar masculino e feminino na formação dos futuros presbíteros pauta-se na confiança de que o resultado será sempre de crescimento de ambos os lados e na certeza de sermos a imagem e semelhança de nosso Deus.

No campo da afetividade, o convívio entre homens e mulheres é bastante humanizante, pois “não se concebe mais os antigos modelos de formação para o celibato sacerdotal, no qual as regras, o controle e até mesmo a negação da sexualidade eram a tônica para uma ascese celibatária” (Maria Joaquina Fernandes Pinto, teóloga).

Em sua significação simbólica, podemos entender duas manifestações do feminino a partir da figura de Maria, como imprescindível para a humanização integral do ser humano.

Gertrud Von Le Fort, poetisa e escritora alemã, no seu livro “A Mulher Eterna”, escreve: “O símbolo do véu confere à mulher, antes de tudo, o invisível: amor, bondade, piedade, solicitude e proteção, todos os valores cuja substância se acha realmente escondida no mundo e na maior parte do tempo traída, e é o símbolo do metafísico.” Assim entendemos que confere à mulher o significado simbólico da interioridade da vida, com seu mistério de acolhida, germinação e fecundidade. Enquanto ao homem se atribui a ação criadora e de transformação.

A outra manifestação simbólica do feminino expressa-se em atos de oferenda. Para Gustavo Coração, “A mulher gera vida, dá-se a um outro ser para que ele viva; ela tem na sua natureza, na sua alma, no seu corpo, as fontes da vida.”

Assim sendo, podemos pensar que a presença do feminino num meio exclusivamente masculino – como era até bem pouco tempo atrás os seminários católicos – vem reforçar dois elementos vitais que estão escassos no mundo moderno: o gosto da invisibilidade e da interioridade, bem como o fortalecimento da alegria da doação de si mesmo.

A mulher que vive em seu interior estes princípios femininos pode com suas atitudes auxiliar na realização plena do ser humano e fortalecer o mundo atual com o espírito cristão da simplicidade e da caridade.

Dra. Eliete Cascaldi Sobreiro – PSICÓLOGA


Dra. Eliete é nossa amiga e formadora - como psicóloga - em nosso Seminário Diocesano a muitos anos.

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