A Quaresma prepara a celebração do Tríduo Pascal

Há pouco iniciamos o Tempo da Quaresma, que é um tempo no qual, pela intensidade do convite ao jejum, à esmola e à caridade, a Igreja nos concede a graça de nos prepararmos melhor para a celebração da Páscoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Para a Igreja, o Domingo de Páscoa é todo especial e deve ser destacado de todos os outros do ano, justamente porque nele se celebra a Ressurreição. Aliás, é justamente a Ressurreição que dá nome ao dia em que ela é celebrada: domingo vem do latim Dies Domini que significa o Dia do Senhor. Foi em um domingo, o primeiro dia da semana (cf. Mt 28,1; Mc 16,9; Lc 24,1.13; Jo 20,1.19), que Cristo ressuscitou e apareceu aos discípulos. Portanto, esse dia deve celebrado... mas o que é celebrar? De novo, a origem da palavra, buscada no latim, nos ajuda.

Celebrar significa tornar célebre, fazer ser lembrado para não ser esquecido. Quanto mais se celebra, menos se esquece. Por isso, mais uma vez a Igreja nos dá a possibilidade de caminharmos com Cristo na Quaresma, para celebrarmos bem a Páscoa. Ela não pode ser esquecida. Na Páscoa, lembramos os acontecimentos da História da Salvação; dentre eles, a criação do mundo, a promessa feita por Deus a Abraão, a libertação da escravidão no Egito, que foi a primeira Páscoa, celebrada pelos judeus, e a Ressurreição de Jesus, que é a nova Páscoa, celebrada por nós, cristãos. Da criação até nossos dias, Deus tem feito maravilhas!

Contudo, não se pode reduzir a Páscoa ao Domingo de Páscoa. Ele é só uma dimensão, uma parte de uma celebração maior. Ela é toda celebrada no Tríduo Pascal. E esse Tríduo é especial, mais que qualquer outro, justamente porque ele é Pascal. Nele celebram-se as três dimensões da Páscoa. São elas: Páscoa Celebrada, na dimensão do amor no serviço ao próximo do Lava-pés, na Quinta-feira Santa; Páscoa Sacrificada, na dimensão dolorosa do sofrimento e morte na cruz, na Sexta-feira Santa; e a Páscoa Gloriosa, na dimensão da Vida nova, dada a nós na Vigília Pascal, no Sábado Santo, significada sobretudo pelo sacramento do Batismo. 

Mas por que celebrar? Vejam: as dimensões da Páscoa de Cristo estão presentes no cotidiano de nossas vidas hoje. Esse ponto é importante pois traz a Páscoa de Cristo para a Páscoa do Povo. Ora, Cristo é a Cabeça; nós, os membros. A Paixão, Morte e Ressurreição dele continuam e se prolongam na nossa vida. Temos as derrotas de cada dia, mas há também as vitórias, que conquistamos juntos, Cristo e nós, Sua Igreja.

Enfim, o que quisemos, brevemente, com este artigo foi fazer com que todos entendessem que o Tríduo Pascal não é apenas preparação, mas já é a Páscoa, celebrada em três dimensões. A preparação mais direta, nós a tivemos na Quaresma e nos primeiros dias da Semana Santa. Portanto, a comunidade tem de se reunir para celebrar, lembrar as maravilhas de Deus realizadas por amor a nós; tem de caminhar com Cristo no deserto, ser tentada com ele, e com ele vencer. Não podemos pensar que temos o direito de escolher a que celebração iremos. Não. Páscoa bem celebrada é Páscoa na qual a comunidade participa inteiramente desde a preparação quaresmal até a ressurreição, isto é, a Páscoa em todas as suas dimensões: Celebrada, Sacrificada e Gloriosa; as três e não uma ou outra. Então, aqui fica um convite especial para as celebrações da Quaresma e da Semana Santa em nossas paróquias. Celebre! lembre-se do que Deus fez e tem feito por você.

A todos, desde já, em nome de nosso bispo, de nossos formadores e em nosso próprio nome, Boa Páscoa!!!

Sebastião de Magalhães Viana Junior – 1º TEO

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