O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

Precisamos ser cooperadores 

Somos tocados pela alegria e pela esperança que o Evangelho anuncia: Deus ama e oferece vida e salvação ao homem. Compreende-se melhor a oferta da vida e salvação da parte de Deus, no mistério Pascal de Cristo, que comunica esta relação de amor para com o mundo, como Ele mesmo nos diz: ‘quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim’ (Jo 12, 32).

O amor de Deus envolve a todos, sem distinção, não exclui ninguém. Amor que se expressa em Cristo, quando afirma que veio para ‘dar a vida em resgate por muitos’ (Mt 20, 28). Amor que tem como iniciativa do próprio Deus, para manifestar a sua benevolência para com toda a humanidade, pois Ele nos amou primeiro e nos enviou seu Filho para nossa salvação (cf.1Jo 4,10), nos ama não porque somos bons, mas porque Ele é bom.

Por este amor é que o Pai envia seu Filho para salvar, libertar da escravidão do pecado, todo aquele que nele crer. Nisto consiste a realização plena da vontade do Pai (cf. Jo 6,38): ‘que não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia’ (Jo 6,39). A missão do Filho se realiza na intimidade e no amor do Pai (cf. Jo 14, 31), o que faz da Paixão redentora de Cristo, a razão de sua Encarnação, pois ‘foi precisamente para esta hora que eu vim’ (Jo 12, 27). Ao reverenciar todo o seu amor em sua entrega e doação, Jesus deu a maior prova que a humanidade pode experimentar: ‘ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos’ (Jo 15, 13). Em sua Paixão, livremente aceita, comunicou-nos o amor do Pai que quer libertar a todos, cumprindo fielmente sua missão. 

O desprendimento do Pai, enviando seu Filho único e a ponto de entregá-lo, que tornou possível a realização da salvação de todo aquele que nele crê. Ele é, portanto, a personificação do amor do Pai levado às últimas consequências. Deus quer com isto desconcertar-nos, fazendo-nos refletir sobre nossa maneira de pensar e de agir e mostrando que todo impulso para a ação, tem a inspiração do amor. Significa, pois, um não às motivações que muitas vezes impedem-nos de ver o alcance de nossas atitudes, sobretudo marcadas pelo ódio ou pelos interesses individualistas e a nos colocarmos numa postura de harmonia com o gesto daquele que se fez por nós em sua doação total.

Para que possa acontecer a libertação plena da humanidade é preciso que sejam eliminados todos os sinais de morte e a Vida possa imperar. Para que isto aconteça, precisamos ser cooperadores neste processo, onde nossas ações correspondam exatamente ao mistério da Páscoa de Cristo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ViSUALIZAÇÕES