O Reitor do Seminário - Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima

Quaresma, tempo de graça e conversão 

Queridos irmãos e irmãs, leitores desse boletim formativo e informativo, caros seminaristas, iniciamos na última Quarta-feira de Cinzas o tempo quaresmal, tempo forte da liturgia da Igreja, propício para nos colocarmos diante de nós mesmos e revermos a caminhada feita até então.

A introdução referente ao Tempo da Quaresma do Missal Quotidiano diz-nos que este é um “tempo privilegiado de conversão, de combate espiritual, de jejum medicinal e caritativo, tempo de escuta da Palavra de Deus, de uma catequese mais aprofundada...” Como viver, pois, este momento da liturgia da Igreja na Casa de Formação? Assim como o caminho formativo exige do formando a capacidade de “abrir-se ao processo e enxergar-se dentro dele”, a Quaresma somente será bem vivida se, de fato, nos abrirmos e nos colocarmos em “espírito e em verdade” (cf. Jo 4,23-24) na dinâmica proposta pela liturgia da palavra deste momento da vida da Igreja que nos prepara para a Páscoa de nosso Senhor.

A Quarta-feira de Cinzas marca este itinerário fazendo-nos lembrar de que é o tempo do despertar, tempo da penitência, tempo de rever a nossa humana condição, por isto a cor roxa. 

Fazendo deste momento um tempo forte de oração, queremos pedir a Deus a força para nos convertermos e crermos no Evangelho, lutarmos contra o mal, dominarmos as nossas paixões e o nosso egoísmo e, ainda mais, a força para nos esquecermos de nós mesmos, esquecendo-nos dos nossos próprios interesses, lembrando-nos, assim, daqueles que têm necessidade de nós. 

Neste sentido, sendo a Quarta-feira de Cinzas um dia de jejum e abstinência e, também, a Quaresma marcada pelo mesmo... qual o verdadeiro sentido do jejum? Qual o verdadeiro sentido das muitas penitências que fazemos ou dizemos fazer?

O jejum quaresmal somente tem sentido se assumirmos uma postura generosa e desinteressada, pois, quando praticado sem nenhuma razão, este não tem valor algum. O verdadeiro valor do jejum está em transformar esta nossa “abstinência”, este nosso “sacrifício” em alívio para a fome do necessitado.

Portanto, façamos desta Quaresma um momento forte da graça de Deus, abrindo-nos de fato às propostas da Palavra, transformando-as em vida em nossas vidas.

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