"Direção escolhida ou direção imposta"
Ninguém de nós caminha a esmo, sem rumo. Seguimos uma direção. Quando essa direção não é conscientemente escolhida por nós, acaba sendo imposta, ou por forças contrárias escondidas no nosso inconsciente ou pelas pressões externas. O papel da direção espiritual é ajudar a pessoa que está sendo orientada a perguntar-se pela direção que está dando à sua vida, sobretudo à sua vida espiritual, no sentido de perceber o que ajuda e o que atrapalha, no seu ideal de tornar-se uma pessoa conduzida pelo Espírito de Deus.
Uma das palavras-chave na direção espiritual é o discernimento. Dentro de cada um de nós existe não apenas a voz do bom espírito, mas também a do mau espírito. Já São Paulo apóstolo lembrava aos gálatas que “a carne tem aspirações contrárias ao espírito e o espírito contrárias à carne. Eles se opõem reciprocamente, de sorte que não fazeis o que quereis” (Gl 5,17). Aquele que busca uma direção espiritual procura clarear dentro de si esse conflito, com o objetivo de fortalecer a voz do espírito, de modo que ele não seja surpreendido pelas forças contrárias que comprometem a sua configuração ao bem.
O caminho da direção é árduo, uma vez que o acesso à água cristalina da nossa verdade foi fechado por algumas camadas de concreto que, ao longo do tempo, permitimos que fossem colocadas ali, para não termos que nos confrontar conosco mesmos. Daí que desbastar essas camadas de concreto leva tempo e dá trabalho, mas é isso que permite o acesso à nossa verdade interior e aos apelos do Espírito de Deus em nós, que sonda as profundezas do coração humano (cf. 1Cor 2,11-12).
A meta de toda direção espiritual é ajudar a pessoa dirigida a buscar, encontrar e abraçar a vontade de Deus para a sua vida, pois somente nessa vontade ela será feliz, liberta e realizada. Que Deus nosso Pai, assistindo-nos com a sabedoria do seu Espírito, nos ajude a atingir essa meta.
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