"Seremos salvos pelo amor"

“Ao entardecer da vida seremos julgados pelo amor “ 
(S. João da Cruz) 

Deus ama o ser humano. O amor de Deus está no começo de tudo (Deus cria por amor) e igualmente ao término de tudo (Deus plenifica e salva sua criatura pelo amor). Uma ideia que está muito presente em nossos corações é a questão da salvação: seremos salvos ou não? A pergunta não é se seremos salvos ou não. A pergunta é se queremos ser salvos ou não.

Por muitos anos a Igreja, nossos avós, nossos pais nos carregavam e ensinavam que Deus estava vendo tudo o que nós fazíamos sempre pronto a nos castigar e escrevia tudo no seu livro para, no fim da vida, nos punir; pregava-se um Deus bravo, um velho barbudo sempre mal-humorado, mas hoje, com uma compreensão mais madura, bem sabemos que Deus é amor, alegria, bondade. Como nos ensina a Sagrada Teologia da Salvação, Deus não condena ninguém, somos nós que, quando estivermos diante da Beleza suprema, da Verdade suprema, da Bondade suprema, nos julgaremos merecedores ou não de estarmos no convívio de Deus. Deus nunca desiste de nós, mas somos livres para escolher estar em comunhão com Ele ou não. A possibilidade da salvação é para todos, mas nem todos acolhem a salvação.

Papa Bento XVI, ainda quando era cardeal, nos dizia que: “Deus é tão misericordioso e bondoso ao ponto do inferno nunca ter sido inaugurado por ninguém”. Como sabemos, ir para o céu é uma escolha que nós fazemos mediante nossa maneira concreta de vivenciar o amor e, vivenciando o amor, experimentar Deus, que é o Amor maior. Agora, inferno pode ser o outro lado da moeda, quando nós rejeitamos o amor de Deus, quando nós não amamos os irmãos e quando também nós não nos amamos, fazemos a opção de nos afastarmos de Deus. Isso é inferno. Temos uma visão muito fantasiosa do inferno: um lugar cheio de fogo, com diabinhos cheios de chifres e com um tridente. Isso são imagens típicas de filmes ou desenhos animados. O inferno, na realidade, é a ausência de Deus, e não há tristeza maior do que viver eternamente longe de Deus. Ao passo que céu é estar em perfeita comunhão com Deus. Estar na presença do Amor. Segundo o dizer de santo Agostinho, “nosso coração só estará completamente feliz quando repousar em Deus.”

Amados irmãos e irmãs, cabe entendermos que a graça de Deus necessita do suor do rosto humano. Na cruz, Jesus nos salvou e nos ensinou o caminho para a salvação, cabe agora querermos nos salvar, pois o céu começa aqui: quando nós traduzimos o amor utópico, fantasioso, imaginário em amor concreto, real, atitude de vida. Vivamos o amor e seremos salvos.

Bruno Luiz Ferreira da Silva (1° TEO).

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