FLOR SEM DEFESA:
Uma explicação da Bíblia a partir do povo.
Sempre que lemos ou estudamos a Sagrada Escritura, dúvidas impares surge, dificultando a compreensão. Então, para facilitar os estudos, iniciei uma leitura rápida e muito agradável do frei Carlos Mesters (frade carmelita holandês, missionário no Brasil desde 1949. Sacerdote desde 1957, doutor em Teologia Bíblica).
Com redação fácil, este exímio autor transfere para o papel uma paixão que misticamente está presente na sua vida. Inicialmente, Mesters amplia a visão daqueles que estão ávidos à leitura bíblica, esclarecendo e argumentando o quão conhecido é este livro e, principalmente mostrando que entre suas páginas, encontram-se riquezas inigualáveis de tempos vividos e descritos, os quais trazem respostas a nós, mesmo, nos dias de hoje. No entanto, antes de lermos a Bíblia o autor deixa claro que questões há respeito de como surgiu a Sagrada Escritura é normal. Assim, para compreender que a Bíblia é a palavra de Deus, devemos observá-la como “antiga” expressão de um povo.
Toda construção bíblica deu-se no juntar de livros ou lista, lidos e refletidos nas reuniões e celebrações dos antigos povos, galgando, a estes, como que, um patrimônio sagrado. Assim, nasce a expressão Escritura Sagrada, porque, revela a vontade de Deus.
Três pontos devem estar alinhavando a leitura e a interpretação que fazemos da Bíblia, Mesters aponta-os com assertividade, são eles:
- Reflexão sobre a realidade – sem este critério não damos sabor ao alimento que sacia, é o mesmo que deixar a semente fora da terra e querer que nasça a planta;
- O estudo da própria Bíblia – entender a Bíblia pelo que está escrito e, não favorecendo a interpretação da forma mais prática para o leitor. Bem como, qualquer anúncio tem sua objetividade, também a Sagrada Escritura o tem. Uma inteligente metodologia de leitura patrocinará a descoberta do anúncio que o autor diz nas entre linhas;
- A vivência comunitária da fé na ressurreição – é preciso caminhar com Jesus e deixarmos que ele caminhe conosco, ou seja, o ambiente de abertura, de amizade é o ponto mais importante durante a leitura bíblica, respeitando os momentos de reflexão que nasce na comunidade e para a comunidade, que é Igreja. Então, depois desta manifestação amorosa do frei Carlos Mesters à Sagrada Escritura, podemos aferir, que a leitura e a interpretação da Bíblia não se faz só pela razão e o afinco estudo, mas também pela ação do Espírito Santo que aliasse ao coração aberto do homem. “Por isso, além do estudo e da troca de idéias, a leitura da Bíblia deve ter os seus momentos de silêncio e de oração, de canto e de celebração, de troca de experiências e de vivências.”
Assim, que a leitura comece!
MESTERS, Carlos. Flor sem defesa. Uma explicação da Bíblia a partir do povo. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
Jefferson Francisco Muscelli de Araujo (1º TEO)