"Aniversariantes do Mês !"


Mês de Setembro

04 - Pe. Marciel Silva de Lima (Natalício)

09 - Dra. Karina Cestari (Psicóloga do Propedêutico)

10 - Bruno Luiz Ferreira da Silva (Teologia)

28 - Murilo Vendite da Silva (Filosofia)

"A Palavra de Deus em nossa vida"

Neste mês de setembro, a nossa Igreja se dedica à Palavra de Deus, celebramos o mês da Bíblia.

Bíblia significa “livrinhos”, “livros pequenos”, e ela é dividida em duas partes denominadas Antigo Testamento, que é antes de tudo “uma historiografia (estudo e descrição da história) em que Deus é a personagem mais importante, cabendo a ele a iniciativa e que realiza um projeto de salvação” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 31), e o Novo Testamento, este que “não vem abolir o antigo, mas para dar-lhe cumprimento” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 535); e é também nesses escritos que “encontramos confirmada e professada a mesma fé dos livros do Antigo Testamento” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 79). Ela contém setenta e três livros que estão divididas em diversas categorias: o Pentateuco, os Livros Históricos, os Livros Poéticos e Sapienciais, os Livros Proféticos, os Evangelhos Sinóticos, o Evangelho de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo, a Epístola aos Hebreus, as Cartas Católicas e o Apocalipse.

Em nossos tempos modernos, e não somente na formação dos futuros dispensadores da Boa Nova, mas na vida de cada um de nós, leigos, é necessário que tenhamos um coração aberto para a prática da Palavra de Deus em nossas vidas como, por exemplo, por meio da sua meditação na Lectio Divina. É importante frisar o que diz Sua Santidade, o papa João Paulo II, no discurso sobre a Interpretação da Bíblia na Igreja. Diz que a Leitura Orante da Palavra “é uma leitura, individual ou comunitária, de uma passagem mais ou menos longa da Escritura acolhida como Palavra de Deus e que se desenvolve sob a moção do Espírito em meditação, oração e contemplação” (Papa João Paulo II: Interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Paulinas. p.150).

A prática da Leitura Orante deve ser assídua e ultrapassar os ambientes formativos; não é só para presbíteros e religiosos (as). Como nos diz a Constituição Dei Verbum, no número 25, é necessário aos sacerdotes, em especial, “a obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados, as grandíssimas riquezas da Palavra divina, sobretudo na Sagrada Liturgia […] e ensinar no reto uso dos livros divinos de modo particular do Novo Testamento e, sobretudo dos Evangelhos” (CONCÍLIO VATINO II – Constituição Dogmática sobre a revelação divina – Dei Verbum. 10. ed. Nº37. São Paulo: Paulinas, 2004. p.28); mas a Palavra deve fazer parte da nossa vida de comunidade também, seja nas comunidades de bairro, na Matriz, nos Grupos de Oração, na Catequese, ou seja, em todas pastorais e movimentos da nossa Igreja deve estar sempre presente a Sagrada Escritura, como forma enriquecedora da nossa fé, sendo um grande alimento espiritual.

Portanto, é de grande importância dar valor a este magnífico tesouro que temos em nossas mãos que é a Sagrada Escritura, seja ela para a conversão, para a oração e meditação. Que a Boa Nova seja parte fundamental na nossa vida, na pastoral e principalmente que seja morada dentro dos nossos corações, pois em nosso meio “a Palavra de Deus é viva e eficaz” (Hb 4,12). Sugiro ainda que neste mês meditemos o livro do Êxodo nos capítulos 15 a 18, que tem como Tema: Travessia: passo a passo o caminho se faz e com o Lema: Aproximai-vos do Senhor (Ex 16,9). Boa Leitura e meditação da Palavra de Deus em comunidade e em família.


Daniel Bento Bejo - 3° TEO

Ressonâncias - Eliete T. Cascaldi

No dia 22 de agosto, feriado do aniversário da cidade de Brodowski, onde estudamos, realizamos um encontro com as três etapas da formação (Propedêutico, Filosofia e Teologia), orientados pelos formadores espirituais (Pe. Paulo Mazzi, Pe. Luis Fernando, Pe. José Sidney), pelas psicólogas (Karina e Eliete) e pelo formador da casa da Teologia (Pe. Paulo Miki). Um momento rico, único! Atendendo a um pedido nosso, a Eliete partilha conosco suas impressões acerca desse momento.

RESSONÂNCIAS 

Ainda estou em estado de alegria. Meu coração pulsa pela emoção de um lindo encontro. Minha cabeça tenta organizar e assimilar tudo o que ouvi e vivi naquele 22 de agosto, dia de Nossa Senhora Rainha. Sem dúvida, um grande Encontro, onde Deus se fez presente no meio de nós.

Ganhamos em sabedoria com as reflexões dos orientadores espirituais: Pe. Paulo Mazzi, Pe. Sidney , Pe. Luis Fernando de Neris; e do Reitor do nosso seminário, Pe. Paulo Miki. Que riqueza revisitar algumas passagens bíblicas, extremamente ricas, como o encontro de Maria e Isabel, Jesus e a Samaritana, Esaú e Jacó.

Quanto ganhamos de calor humano no convívio com o Outro. Iniciar o dia pedindo a proteção de Deus e de Maria; receber um abraço gordo do amigo; brincar, cantar e rir juntos.

Como foi bom almoçar sem pressa!

Isto é vida!

Encontros que nos tornam pessoas melhores, mais felizes e serenas.

Maravilha quando nos dispomos a mudar e trabalhar para uma decidida Conversão Pessoal. Maravilha saber que poderemos contar com a força do grupo, quando em alta voz declaram: ”Nós te apoiaremos!”

Que livro estou lendo ? - Padre Marcelo Adriano Cervi

A ARTE DE SER DISCÍPULO

Amedeo Cencini, Ascese e disciplina: itinerário de beleza. São Paulo : Paulinas, 2011 (80 páginas).

Amedeo Cencini parte da concepção de que, no caminho da maturação humana e espiritual, existem regras e leis, ritmos a ser conhecidos e respeitados por quem leva a sério o seu amadurecimento. Esta constatação é importante diante daquilo que chama de "atual festival de subjetivismo religioso em que cada um parece extrair e adquirir quanto lhe agrada do supermercado religioso em voga".

O autor desmistifica e atualiza o significado e o conteúdo da ASCESE e da DISCIPLINA, colocando-as como a representação da resposta da criatura ao dom do Criador, ou seja, uma tentativa discreta e voluntária de acolher a ação de Deus em nós e de responder a Ele com um ritmo que traduza agradecimento, adoração e admiração.

Inseparáveis da mística, ascese e disciplina se tornam forma e norma da fé e da vida do cristão, numa dinâmica relacional. Como a mística coloca-nos diante do mistério do rosto de Deus, o projeto ascetico e místico da pessoa lhe ajuda a adequar-se a este rosto, num diálogo feito de oração e ação.

Não podemos separar ascética e disciplina da mística, para não correr o risco de enveredar-nos ou no moralismo voluntarista ou no perfeccionismo individualista.

O objetivo primordial de uma vida ascética e disciplinada não é senão, segundo um ritmo de maturação humana e de seguimento de Cristo conduzir cada um a "ter em si os sentimentos do Filho" (Fl 2,5). Esta é espiritualidade verdadeira pois "uma espiritualidade que não se torna pedagogia (e, portanto, ascese e disciplina) não merece este nome e está perto de dissolver-se em 'práticas de piedade' ou devocionismo generalizado". Diz o autor que "a espiritualidade é, em, si mesma, método, disciplina, pedagogia de uma experiência particular do divino, itinerário qualificado e disciplinado em direção a Deus"

Leitura agradável e fácil, estilo próprio, conteúdo que preenche e ajuda na caminhada de amadurecimento e aquisição da harmonia, do estilo, do amor e dos sentimentos do Filho, numa autêntica vida no Espírito.

O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

ENCONTRAR-SE COM JESUS - PALAVRA DE DEUS 

Permeando o sentido do itinerário de todo vocacionado, realçado ainda pela beleza do chamado de Deus e pelo gesto de abertura sincera daquele que responde, ele tem no “encontro com Jesus Cristo o início do processo formativo” (Doc. 93-CNBB, n. 93). Processo este em que se destacam também os outros aspectos fundamentais – conversão, discipulado, comunhão e missão – e que devem “aparecer de maneira diversa em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e se alimentam entre si” (n. 92). É nesta perspectiva que o vocacionado deve progredir para que possa, no amadurecimento e na integração, tornar-se discípulo-missionário de Jesus Cristo, ícone do Bom Pastor (cf. Plano Formativo Diocesano, p. 5).

Referindo-se a este “Encontro pessoal com Cristo”, o documento de Aparecida mostra que deve ser feito “na oração com a Palavra” (n. 319). O que nos vem explicitar ainda mais o documento 93, quando se refere aos objetivos que a formação deve alcançar: “exercitar na oração e na meditação para serem mestres de oração; preparar para o ministério da Palavra, a fim de que entendam sempre melhor a Palavra revelada de Deus, que a possuam pela meditação e a exprimam por palavras e atitudes”(n. 86).

Eleva ainda mais a importância da Palavra na vida do vocacionado como busca persistente para tornar-se perene o que aponta a Exortação Apostólica Verbum Domini: “A Palavra de Deus é indispensável para formar o coração de um bom pastor, ministro da Palavra” (VD n.78). O futuro presbítero precisa deixar-se persuadir pelo próprio Senhor, abrindo-se cada vez mais no seu processo formativo a uma “grande familiaridade pessoal com a Palavra de Deus” por isso “é preciso abeirar-se da Palavra com coração dócil e orante, a fim de que ela penetre a fundo nos seus pensamentos e sentimentos e gere nele uma nova mentalidade – o pensamento de Cristo (1Cor 2,16)”(VD n. 86). 

A missão confiada ao futuro presbítero só pode existir se estiver fundamentada na Palavra, pois ninguém pode conduzir o outro para um lugar ao qual ele próprio ainda não chegou (cf. Lc 6,39-40). Assim suas atitudes serão consequências da escuta desta Palavra e seus gestos corresponderão aos gestos do Bom Pastor, portanto, devem ser formados na escola de Jesus. A formação só pode acontecer quando se cria hábitos, caso contrário ela fica só na informação. Formar é criar identidade com Jesus, criar hábitos de Jesus (cf. Lc 6,40). Lucas no Evangelho apresenta a grande característica de Jesus que é a perseverança: ele leva o projeto até o fim. Discípulo é aquele que persevera (cf. Lc 22,28); por isso, o problema não é iniciar o caminho, mas chegar até o fim. A parábola do Semeador (Lc 8, 5-15) nos recorda que o problema está no terreno, na maneira como interpretamos a ação de Deus, de como compreendemos a sua obra e como conduzimos a aprendizagem (cf. Lc 8,18). O problema não é, portanto, a semente pois a Palavra tem eficácia.

Direção Espiritual - Orientador: Pe. Paulo Cezar Mazzi

No último 22 de agosto, as três casas de formação, a saber Propedêutico, Filosofia e Teologia, se reuniram para repensar a convivência na vida comunitária. Este encontro foi preparado e dinamizado pelas psicólogas Eliete e Karina, e pelos padres Paulo Miki, Sidney, Luís Fernando e Paulo. Além de algumas dinâmicas de interação, os seminaristas refletiram sobre “O outro como mediação formativa de Deus para mim”, um texto bastante profundo de Amedeo Cencini. Também alguns textos bíblicos foram utilizados para ajudar na compreensão do outro em nossa vida e na maneira como nos posicionamos diante do encontro. Assim, os seminaristas meditaram sobre o encontro entre Maria e Isabel, o encontro entre Jesus e a samaritana e o encontro entre Esaú e Jacó. Após essas reflexões, as três casas se reuniram para um bate-papo espontâneo sobre os desafios da convivência e as atitudes necessárias para superá-los. Em seguida houve o almoço. Na parte da tarde, a reflexão girou em torno da relação com o outro a partir da teologia paulina do corpo, descrita no capítulo 12 da 1ª Carta aos Coríntios. No final, os seminaristas foram convidados a construírem um brasão que expresse o desejo de se construir uma relação com o outro baseada nos valores do evangelho.

Abaixo segue alguns pontos refletidos durante o encontro:

• A vida comunitária,e mais em geral a vida de relacionamento, representa o contexto normal em que aprendemos cotidianamente a difícil arte de crescer juntos, deixando-nos formar e plasmar pelo irmão

ao qual não estamos ligados por nenhum vínculo de carne e de sangue, e que por isso mesmo se torna instrumento misterioso da ação formadora do Pai.

• A vida comunitária é o lugar da relação com o outro, e do “outro” verdadeiramente tal, porque não foi escolhido pelo sujeito conforme seus gostos. Nossa tendência seria a de homologar, de nivelar as diversidades ou colocá-las em conflito, de tornar o outro semelhante a nós e até evitar quem não se adequar ao nosso modelo.

• Quando vivemos com os outros, aprendemos inclusive a obedecer não só a Deus, como também às mediações humanas, aos próprios irmãos, mas de qualquer forma por Deus, jamais pelos homens. A comunidade, então, torna-se agente de formação, e o irmão, com toda a sua diversidade, é passagem obrigatória dessa mediação educativa, aliás, instrumento misterioso e real da ação formativa do Pai.

• A vida comunitária forma somente aqueles que se deixam formar e acompanhar por ela, que certamente não são aquelas pessoas que têm uma atitude passiva e um pouco parasitária, os assim chamados “consumidores” de comunidades, mas exatamente o contrário disso, os construtores de comunidade. Ou seja, aqueles que aceitam ser responsáveis um pelo crescimento do outro, vigias um do outro, que se preocupam com quem está ao lado deles, e, ao mesmo tempo, são abertos e disponíveis para receber o dom do outro, capazes de ajudar e de serem ajudados.

• Ninguém pode descarregar sobre a vida comunitária ou sobre o relacionamento em geral a tarefa da sua própria formação, esperando ingenuamente que tudo venha de lá; ou pretendendo que esse seja o contexto ideal para se cumprir um caminho pessoal de crescimento, quem sabe até justificando a própria inércia a esse respeito com as imaturidades dos outros. A comunidade é formativa à medida em que seus componentes assim a tornem, ou à medida que cada um se preocupe com cada irmão e com toda a comunidade.


Pe. Paulo Cezar Mazzi

O Reitor do Seminário - Propedêutico e Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima

Bíblia, carta de amor enviada por Deus

Meus queridos seminaristas, leitores e leitoras deste boletim, como acontece todos os anos, a Igreja do Brasil desde 1971, impulsionada pela renovação proposta pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), onde a Palavra de Deus se tornou mais acessível a todos os grupos eclesiais, para reflexão, estudo e catequese, dedica um mês para a Bíblia Sagrada.

Este ano, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, propõe como livro de estudo para este mês, o livro do Êxodo, nos seus capítulos 15,22 a 18,27, conhecido como o “Livro da Travessia”. O tema do mês da Bíblia deste ano é “Travessia passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

Considerando essas propostas, é bom e salutar, como formandos que buscam configurar-se a Cristo Bom Pastor, que na casa de formação, orientados pelo projeto formativo, a Palavra de Deus ocupe a cada um, de tal modo que se exercitem na escuta, na leitura e na meditação da Sagrada Escritura, proporcionando para si, momentos de Lectio Divina (Regulamento do Seminário n. 82). Que isto não aconteça somente no mês de setembro, mas que perdure durante toda a nossa vida, para que mergulhando nos textos sagrados, acolhamos esta carta de amor que Deus escreveu e enviou para cada um de nós.

A propósito de carta de amor, dizia São Gregório Magno escrevendo a seu amigo Teodoro: “Dizem-me que estás realizando as coisas mais belas e importantes; mas me contam também que não encontras tempo para ler a Bíblia. Escuta-me bem: se o imperador escrevesse uma carta, terias coragem de descartá-la antes de a ter lido inteira? Certamente que não! Pois bem, o próprio Deus nos escreveu uma carta de amor para a nossa salvação... Aprende, portanto, a conhecer o coração de Deus pelas palavras de Deus, e assim suspirar com mais ardor pela eternidade”.

Acolhamos, pois o ensinamento de São Gregório: vamos aprender a conhecer o coração daquele que nos chamou, por meio da sua palavra; entremos no mundo da bíblia, para que familiarizados com ela nos familiarizemos também com o nosso criador.

Capa Setembro - 2011 - "Mês da Bíblia".



É importante conhecer os ensinamentos do nosso Deus.
"Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera". (Sl 1,1-3).

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