Jornada Mundial da Juventude já começou

No dia 23 do mês de outubro, a Sub-Região do RP1, composta pelas dioceses de Ribeirão Preto, Jaboticabal, Franca e São João da Boa Vista, esteve reunida em Sertãozinho para celebrar o Dia Mundial das Missões e receber os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. Estes símbolos irão peregrinar todas as dioceses do Brasil até a JMJ no Rio de Janeiro em 2013.

Os Símbolos estiveram em nossa diocese nos dias 26 e 27. No dia 26, chegaram a Bebedouro, onde foram realizadas várias atividades, como missas, veneração, via-sacra, entre outras. No dia 27, estiveram em Jaboticabal, onde encontraram-se com todos os alunos da escolas municipais, estaduais e colégios católicos, bem como, peregrinaram por todas as paróquias da cidade. No fim da tarde deste mesmo dia, em frente à antiga Matriz de São Judas Tadeu, realizou-se uma procissão com os Símbolos até a nova Matriz onde foi celebrada a Santa Missa presidida pelo Padre João Nicácio, assessor diocesano do Setor Juventude, e concelebrada por alguns padres da Forania Nossa Senhora do Carmo. 
Foi uma grande emoção para nós Seminaristas. Carregamos a Cruz Peregrina até a nova Matriz, acompanhados por muitos jovens. 

A Igreja Matriz estava repleta de jovens e também de outras pessoas das mais diversas paróquias que compõem a forania. Em sua homilia, Padre Edson, pároco daquela comunidade, nos recordava que a JMJ 2013 começa agora.

O jovem tem a Missão de anunciar o Senhor e Seu Evangelho em todos os cantos da Terra. Assim nos lembrava o Beato João Paulo II, na conclusão do Ano Santo: “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”.

E com esse grito de guerra vamos rumo ao Rio de Janeiro em 2013: “A juventude do mundo inteiro, vai se encontrar no Rio de Janeiro.”


Hygor Henrique Kuster (PROP)

Tríduo de Frei Galvão

No dia 25 de outubro, a Igreja celebra a memória de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, o 1º Santo realmente brasileiro. Nosso querido bispo emérito, S. Exª Revma Dom Luiz Eugênio Perez, ao criar o Curso Propedêutico em nossa diocese no ano de 1999, por sua grande devoção a este santo (ainda beato na época), sabiamente optou por Patrono do Curso, este nobre e humilde Santo. Por este motivo, celebramos em nosso seminário nos dias 22, 23 e 24 de outubro, o Tríduo Preparatório para a Festa de São Frei Galvão.

No dia 22, tivemos a graça de ter a Santa Missa presidida pelo nosso reitor Pe. Paulo Miki, que, em sua homilia, nos fez refletir sobre a vida e obra de nosso Patrono. Foi uma grande alegria para nós celebrarmos no dia 23 na Capela de São Francisco de Assis, na qual a Comunidade teve a oportunidade de venerar a relíquia de Frei Galvão. Para finalizar o tríduo, celebramos no dia 24 com a comunidade da Filosofia, 
presidida pelo nosso formador Pe. Marciel Silva de Lima. 

Para celebrar a Festa, no dia 25, contamos com a presença do Diácono José Jorge Gebara, Pe. Paulo Miki e a comunidade da Teologia.

Que São Frei Galvão seja um exemplo de humildade e serviço, intercedendo por cada um de nós, para que sejamos perseverantes à vocação que Deus nos deu.


Caio A. Veiga dos Santos (PROP)

O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

PEDAGOGIA E ITINERÁRIO FORMATIVO 


A terceira seção do Documento 93 (Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil) apresenta a pedagogia e itinerário formativo, lembrando que “a meta para a qual se orienta o caminho formativo é o sacerdócio ministerial, enquanto participação na Igreja do mesmo Sacerdócio de Jesus Cristo” (Pastores Dabo Vobis, n. 11), o que significa preparar bons pastores para o Povo de Deus (Doc. 93, n. 203). Este objetivo geral da formação inicial vai incidir no desenvolvimento do processo pedagógico: a formação do ser, a formação do saber e a formação do servir (n. 204), dentro de um processo de continuidade e gradualidade que levam ao crescimento e à maturação ao longo do tempo formativo, em todos os apectos da formação presbiteral (n. 205).

No n. 206 vemos que o projeto de um caminho na formação inicial deve ter: etapas formativas de personalização da fé, o discernimento vocacional, estudos acadêmicos, ambiente comunitário, acompanhamento espiritual. Tudo deve estar voltado para favorecer ao vocacionado ao Presbiterado “um caminho de auto-conhecimento e formação humano-afetiva que possa, gradualmente, favorecer-lhe a integração de sua personalidade” (Plano Formativo da Pessoa dos Futuros Presbíteros – Diocese de Jaboticabal, n. 1). “Viver o compromisso evangelizador não deve ser capricho de momento. Trata-se de um engajamento profundo a atingir todas as dimensões do ser humano” (Alfonso Garcia Rubio, Evangelização e maturidade afetiva, p. 200). É preciso pensar a pessoa do formando em todas as suas dimensões, para que haja uma integração enquanto possibilidade de crescimento e amadurecimento. Embora as dimensões estejam separadas para uma apresentação, como recurso pedagógico, devem estar voltadas para a interação e a complementariedade, não havendo espaço para nenhuma forma de privilégio e nem mesmo de reducionismo.

Entende-se a importância das etapas formativas como um processo de construção do sujeito, dentro de um ritmo de mudança, aprendizado e integração. É o ritmo mistagógico, “pois exercita a experiência no encontro com Jesus Cristo, no discipulado, na conversão, na comunhão e na missão” (nn. 208 e 209). Neste sentido, “a formação inicial exige dos formandos disposição e abertura, aprendizado, crescimento e discernimento, passo a passo, sobre sua vocação como projeto existencial” (n. 210).

Cada formando, com o “protagonismo por antonomásia do Espírito Santo” (n. 209), seja adequado ao buscar sempre o que possa favorecer a medida do amadurecimento, enquanto sabe que é um “ser perfectível” - de acordo com a definição de Alessandro Manenti - “aquele que ainda está a caminho, nunca chegado a termo, sempre necessitado de escuta, sempre curioso de conhecer talentos que tem a desenvolver, sempre em formação permanente” (Vocação, psicologia e graça, p. 61).

O Reitor do Seminário - Propedêutico e Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima


Recordações de um mês de graças

Queridos seminaristas, caros leitores deste boletim, saudações a todos em Cristo Jesus.

Ao escrever este artigo, gostaria de expressar um sentimento de alegria e também de gratidão a Deus pelos nossos irmãos seminaristas Renan e Victor que no último dia 26 apresentaram o trabalho monográfico de conclusão do curso de filosofia. Renan, orientado pelo professor mestre Osmair Serevino Botelho, elaborou uma dissertação no campo da filosofia política, com o tema: “Algumas considerações acerca da sociedade civil e da tripartição do poder no segundo tratado de John Locke”. Locke, filósofo inglês que viveu entre os anos de 1632 a 1704, foi considerado o principal representante do empirismo britânico e um dos principais teóricos do contrato social. Já o seminarista Victor, orientado pelo professor Adriano Volpini, explorando a área da antropologia, dissertou sobre a questão do tribalismo, com uma dissertação intitulada: “Tribos urbanas, “a comunidade emocional” em Michel Maffesoli”. Maffesoli, sociólogo francês, professor emérito da Sorbonne, é considerado como um dos fundadores da sociologia do quotidiano e conhecido por suas análises sobre a pós-modernidade, o imaginário e, sobretudo, pela popularização do conceito de tribo urbana. A eles, nossos reconhecimentos por estes trabalhos de pequisa que vem certamente enriquecer, a reflexão filosófica de nossas casas de formação.



Um sentimento de alegria e gratidão expresso também, pelo dom dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude que estiveram entre nós: a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora. Símbolos dados à juventude para expressar a presença de Cristo entre nós e também a presença de sua Santa Mãe, a Senhora da Visitação. Em nossa província, a Cruz e o Ícone foram recebidos em uma emocionante celebração eucarística, ocorrida na cidade de Sertãozinho, intitulada “Jornada Missionária”, presidida por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano de Franca. Milhares de fiéis oriundos das 4 dioceses do nosso sub-regional RP1, lotaram o ginágio de esporte “Docão”. Presente neste momento, marcou-me a fala de Dom Pedro que, dizendo já ter participado de tres jornadas, pela primeira vez teve a possibilidade de estar tão próximo destes símbolos.

Momento ainda mais precioso, foi a peregrinação da Cruz o do Ícone em nossa querida diocese. O seminário marcou presença neste evento realizado na paróquia São Judas Tadeu de Jaboticabal, carregando, todos os semináristas, jovens que são, como todos os jovens presentes, a Cruz da jornada. Recordo-me ainda da fala de alguns deles: “Obrigado Senhor por este momento lindo em minha vida! Gratidão, eterna gratidão!”; “Carregar a Cruz da Jornada Mundial da Juventude? Não tem preço...”. Recordo-me também da emoção manifestada por outros ao verem, enquanto carregavam a cruz, as lágrimas de muitos dos jovens, certamente, naquele momento, tendo a fé confirmada pela presenca da cruz e do ícone, que eram somente sinais, mas como muitos desseram, “sinais que estávamos precisando, para confirmarmos a presença de Deus, de Jesus e de Maria em nossas vidas. Não estamos sozinhos!”.

“A Jornada Mundial da Juventude de 2013 já começou”, afirmou Pe. Edson Maia. E penso ser este evento, um momento forte para a Igreja do Brasil conhecer e manifestar o rosto jovem de Cristo, presente no rosto dos milhares e milhões de jovens que ainda irão acolher, até 2013, a Cruz e o Ícone. Cada vez mais, vejo se concretizar as palavras do beato papa João Paulo II: “A Igreja somente será jovem , se o jovem for Igreja”. O jovem está sendo Igreja e por isso, a Igreja continuará sempre jovem, pelos séculos sem fim.

Capa do Mês de Novembro

CEARP disponibiliza o cartaz e a programação da 1° Semana Filosófica!

"Aniversariante do Mês!"


Mês de Outubro


19/10 - Daniel Bento Bejo (TEO)

"Que Deus volte o seu olhar a ti, te conceda muitas alegrias e perseverança em sua caminhada. Felicidades !"

Jovem, Bote Fé !


Os jovens seguem a Cruz do Cristo!!! Assim foi feito neste final de semana, dia 18 de setembro, na cidade de São Paulo!

Em uma celebração presidida por sua eminência excelentíssima dom Odilo Pedro cardeal Scherer (Arcebispo de São Paulo); concelebrada por outros Cardeais, Arcebispos, Bispos, Padres e todo povo de Deus. Junto conosco, jovens do Brasil, receberam a Cruz peregrina da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e o Ícone de Nossa Senhora, Mãe da Visitação. Ambos presentes do saudoso e querido Papa Beato João Paulo II.

Com grande emoção, momento único na vida de muitos Cristãos Católicos. Nós, padre José Adalberto Salvini (Pároco da Paróquia Santa Luzia, da cidade de Taquaritinga), o seminarista Bruno Luiz Ferreira da Silva (primeiro ano de Teologia), e eu, seminarista Jefferson Fco. Muscelli de Araujo (segundo ano de Teologia), pudemos estar diante desta linda e tocante celebração.

Sim, não teríamos outra forma de explicar como foi estarmos lá! Celebração que atraiu cerca de, mais ou menos, cem mil pessoas, na sua grande e expressiva maioria jovens do Brasil inteiro, bem como do exterior. Experiência simplesmente profunda, de restauração de nossa Fé e extrema alegria de sermos membros desta Igreja que nasce da Cruz do Cristo!!! 

Neste mesmo empenho, dom Odilo Scherer pronunciou-se na sua homilia, dizendo: “pela Cruz, Jesus vem ao nosso encontro. Nós nos gloriamos na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. N'Ele está a nossa Vida e Ressurreição. Foi Ele quem nos salvou e libertou.” Continua o Cardeal na sua reflexão, para nós, jovens: “Sejamos sensíveis e atentos a tantas pessoas que carregam vida afora a pesada cruz. Na JMJ, em Madri, em agosto passado, o Papa recomendou aos jovens a não passar indiferentes diante do sofrimento do próximo. Em cada um é Jesus que continua a carregar o peso da Cruz. Há muitos doentes, pobres, vítimas de injustiças e violências, jovens dependentes químicos que esperam nossa solidariedade.

Sejamos como o Cirineu, e tornemos mais leve a cruz dos irmãos. Como Verônica, que confortou Jesus no caminho do Calvário. Como Maria, Sua Mãe, o apóstolo João e tantas mulheres que, nada podendo fazer para tirar Jesus da Cruz, estavam ao seu lado, partilhando a dor com Ele. O que não pode acontecer é ficarmos indiferentes com a dor do próximo, em quem Jesus continua a sofrer. 

Oxalá a peregrinação da Cruz por todo o Brasil deixe atrás de si não marcas do sangue, violência e indiferença, mas rastro de generosa solidariedade e renovado amor ao próximo. O Brasil está recebendo um carinho muito especial de Deus com este período de preparação para a JMJ 2013. Que seja um tempo de encontros marcantes com Cristo e descoberta da herança apostólica, guardada, vivida e transmitida pela Igreja de geração em geração e que, hoje, vai passando às mãos de vocês, caríssimos jovens.”

Mais que apenas festejar, o encontro dos fiéis foi uma forma de manifestação de fé, louvor, agradecimento e, sobretudo, de incentivo à juventude, que, em um mundo cheio de incertezas, precisa se posicionar com coragem para conseguir viver na verdade de Cristo. Esta foi a energia que sentimos, junto com os cem mil jovens que rezavam, motivados pela próxima Jornada Mundial da Juventude que acontecerá em 2013, no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.

Nossa querida diocese de Jaboticabal receberá a Cruz Missionária no dia 25 de Outubro.Tornemo-nos cheios de Vida, tais quais aqueles que estavam em São Paulo, amando a cruz, mostrando-a a todos que necessitam de Sua presença e da Vida que Dela jorra. A Igreja tem fé na juventude, que possui um coração generoso e o desejo de construir um mundo melhor para si e para as próximas gerações.

Bem-vindo em meio a nós, Jesus Cristo Missionário. Bem-vinda a nós, Nossa Senhora da Visitação. Os jovens do Brasil vos acolhem de braços abertos!



Jefferson F. Muscelli de Araujo (2° TEO)

Que livro estou lendo ? - Padre Marcelo Adriano Cervi

PODE HOJE A PARÓQUIA SER UMA COMUNIDADE ECLESIAL? 

Um livro provocante e bastante iluminador que parte de uma questão: como a instituição paroquial (configuração eclesial mais próxima ao povo) pode interagir com o atual contexto urbano (socio-religioso-cultural) que sente as consequências de uma população sempre mais heterogênea, marcada pelo subjetivismo, a circularidade de informações, os relacionamentos virtuais etc? O autor não dá respostas, mas faz uma análise interessante da realidade, verifica algumas tentativas de respostas na linha dos movimentos e sugere várias pistas, oferecendo à pastoral urbana uma boa contribuição, na linha da "conversão pastoral" pedida pela Conferencia de Aparecida.

Não basta dizer que o povo está buscando o sagrado e que isso basta para garantir a experiência comunitária (e mesmo a sobrevivencia) da Paróquia. Precisamos perguntar que tipo de "sagrado" está buscando o povo, percebendo a rejeição do uniforme, estático, vinculante a um único grupo ou único lugar e a busca de uma experiencia privada, individual, com a consequente mobilidade (a pessoa vai onde quer) e desterritorialização (a pessoa não se sente vinculada à Paróquia territorial mas sim á Paróquia onde se sente bem). 

Sente-se uma fuga do comunitário institucional, com a busca de experiencias afetivas e de livre escolha ,como os movimentos e as novas realidades eclesiais, vistos como uma reação a uma Igreja por demais institucionalizada, demasiadamente formal e pouco dinâmica. É nesse contexto de mudanças socioculturais e religiosas, que a Paróquia deve buscar sua renovação, com algumas linhas básicas de ação pastoral sugeridas pelo autor como a missão, a valorização da pessoa e o incentivo á formação de pequenas comunidades que favorecem o convívio e a partilha e nas quais se dá espaço á subjetividade.

Um livro interessante sim, mas ficaria ainda mais interessante se no segundo capítulo, ao analisar as "novas comunidades eclesiais", o autor fosse além das experiencias que analisa, abrindo-se a outros (e talvez até opostos) contextos. Apesar disso, vale a pena ler!

Bibliografia: REINERT, J.F., Pode hoje a Paróquia ser uma Comunidade Eclesial? Repensando a Paróquia em diálogo com a religiosidade pós-moderna. petrópolis : Vozes, 2010. (120 páginas, R$ 21,00).

O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

FORMAÇÃO PASTORAL-MISSIONÁRIA: 
PRINCÍPIO UNIFICADOR DE TODO O PROCESSO FORMATIVO 

“A Igreja peregrina é missionária por Natureza, 
porque tem sua origem na missão do filho e do Espírito Santo, 
segundo o desígnio do Pai” (DAp 347). 



É neste sentido que compreendemos nossa vocação, pois “Jesus Cristo, missionário do Pai, veio anunciar o Evangelho da paz e inaugurar o Reino de Deus. Atribuiu a mesma missão aos apóstolos que escolheu para estarem com ele” (Doc 93, n. 1), fazendo com que nos sintamos privilegiados no âmbito desta missão, enquanto somos associados a ela em virtude de nossa resposta ao chamado de Deus. Por isso é preciso que, em todo o processo formativo, os futuros Presbíteros busquem um encontro com o Cristo para que, desta experiência, compreendam melhor a vontade daquele que os chamou e em consequência a própria vocação. Desta forma, o sacerdócio poderá ser “exercido e vivido por autênticos presbíteros-discípulos, presbíteros-missionários e presbíteros-servidores da vida, cheios de misericórdia” (Doc. 93, 7).

O Papa Bento XVI nos lembra da “necessidade de revigorar na Igreja a consciência missionária”(VD 92), o que certamente aponta-nos o caminho para um compromisso sempre e cada vez renovado do mandato de Jesus Cristo (cf. Mt 28,19-20). “Por conseguinte, a missão da Igreja não pode ser considerada como realidade facultativa ou suplementar da vida eclesial (VD 93).

A partir destas considerações, compreende-se melhor o que o Documento 93 diz sobre a formação pastoral-missionária como “princípio unificador de todo o processo formativo, e que consiste na necessária qualificação específica para o ministério pastoral, sempre impregnado pela ação e condução do Espírito de Deus” (n. 300). Não se concebe uma formação sem estar voltado para a realidade e sentido do ministério presbiteral, reforçando ainda mais a necessária atenção à “conversão pastoral” (DAp 370), como gesto de quem realmente procura compreender a vocação como adesão àquele que chama e envia (cf. Mt 4,19), inserindo neste processo toda a experiência que deve brotar do encontro com o Mestre (cf. Jo 1,39; Mc 3,14-15). Não nos cabe outra alternativa, pois não se pode transmitir o que não se tem.

Trata-se de um imperativo decorrente de nossa resposta ao chamado de Cristo para o serviço do Reino de Deus e é o sentir-se plenamente participante desta vocação que irá condicionar todo o processo formativo do futuro presbítero, chamado “a uma vida cativada pelo serviço da Palavra” (VD 94). Reafirma-se o que não se pode prescindir na formação de todo aquele que vive este processo, pois a natureza da Igreja é ser missionária.

Liturgia: o sagrado sabor do Mistério Salvífico de Cristo


Durante os dias 16, 17 e 18 de setembro, estiveram junto ao Santuário Nacional de Aparecida, o seminarista Jefferson e Bruno Luiz, participando de um curso para seminaristas sobre liturgia, vista a partir da “Sacrosanctum Concilium” (documento do concílio vaticano II). Foram dias de debates muito profundos, através dos quais, conduzidos pelas mãos maternais de Maria, pudemos mergulhar no mistério salvífico de Cristo, centro de nossa vida e espiritualidade cristã. Cabe também recordarmos aqui que, nos dias 20, 21 e 22 do mesmo mês, tivemos, em nível diocesano, uma rica e profunda formação litúrgica com frei Alberto Beckhäuser, um grande expoente da liturgia no Brasil e em toda América Latina; foi louvável a bonita participação do povo de Deus, inclusive o seminário marcou presença. A paróquia São Judas Tadeu de Jaboticabal, que acolheu-nos para a formação, esteve todas as noites sempre repleta. O bonito em tudo isso é percebermos o grande amor que movimentou tantas pessoas a saírem de suas casas para buscar se aprofundar no conhecimento das coisas sagradas.

Mas, o que é Liturgia? A liturgia é sempre um serviço em favor do outro. Primeiramente, é iniciativa de Deus que quer santificar o homem, levando-o a alcançar a salvação (dimensão soteriológica), e, posteriormente, conclama ao homem redimido o ato de glorificar a Deus (dimensão doxológica). É interessante sempre lembrarmos que Jesus Cristo foi quem prestou o maior serviço em favor da humanidade. Jesus que se entregou em obediência ao Pai para salvar e redimir o ser humano, por isso, temos que ter muito bem claro que a liturgia não nos pertence; ela nos supera, é serviço divino por nós. Sendo assim, não devemos ter a pretensão de nos apropriar dela, mas, sim, buscar vivenciá-la num profundo mergulho no amor desse Deus maravilhoso que busca de todas as formas amar e sempre levar o homem a se encontrar com a vida verdadeira.

O grande perigo é fazermos da liturgia lugar de projeção da nossa ideologia, onde nos colocamos no centro, e o mistério pascal acaba ficando em segundo plano. Sempre devemos lembrar que o foco de nossa ação litúrgica deve estar toda no Cristo. Mas a liturgia só tem sentido se estiver vinculada ao compromisso transformador de toda a realidade humana, como bem nos ensinou em toda a sua vida o Bom Mestre Jesus. O compromisso com a vida do próximo é sempre a liturgia celebrada no cotidiano de nossa vida.

Para os chamados pelo Pai a doar a sua vida inteiramente ao outro por meio do serviço é sempre bom lembrarmos que nosso serviço só enriquece de sentido se estiver mergulho no único e irrepetível serviço desempenhado por Cristo a toda humanidade. Como o galho se alimenta estando unido ao tronco nossa vida só pode ser frutuosa se for alimentada pelo Mistério de Cristo. Cabe então, cumprirmos o mandato de Maria: “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).



Bruno Luiz Ferreira da Silva (1° TEO)

O Reitor do Seminário - Propedêutico e Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima

Humanizar-se é preciso. 

Queridos seminaristas, impulsionado pelo encontro realizado no último dia 22 de agosto, onde como comunidade formativa, nos reunimos para repensar a convivência na vida comunitária, gostaria de apresentar, além do que já foi apresentado e discutido no mencionado encontro, um pensamento sobre esta realidade que nos envolve: o outro.

Sabemos que o ser humano é um ser relacional, um ser que tende para a expansão. O ser humano é um ser capaz de desenvolver a sua própria identidade, capaz de viver com autonomia e também, capaz de ser aceito e valorizado pelo outro. Portanto, é um ser que se relaciona, que mantém contato com o outro.

Em seu artigo publicado na edição de setembro deste periódico, Pe. Paulo Mazzi apresentava alguns pontos que foram refletidos durante o encontro, dentre eles, o de que “a vida comunitária é o lugar da relação com o outro, e do outro verdadeiramente tal”. Quem é o outro para mim? Quem é o meu próximo? Como tenho considerado aquele que caminha comigo e que tem o mesmo objetivo que eu?

Considerando quanto fora dito até então e, apresentando o meu pensamento a respeito do outro, o faço mencionando o Pe. Alfonso García Rubio, autor do livro Evangelização e Maturidade Afetiva. Ele nos diz que no processo de humanização integral, o ser humano é chamado a viver a antropologia da alteridade, ou seja, no contexto da dimensão afetiva, deve assumir uma subjetividade aberta. É chamado, portanto a viver a alteridade, isto é, reconhecer, aceitar e valorizar o outro como outro, na sua diferença. Não se trata neste caso de manipular, coisificar ou instrumentalizar o outro, mas de abri-se ao outros, respeitando-o e aceitando-o como diferente.

Somos pessoas necessitadas e carentes e, por isso, esperamos, no relacionamento com o outro, alguma reciprocidade e por isso, devemos rejeitar toda e qualquer forma de relacionamento que tenha como fundamento o próprio interesse, aceitando o outro somente na medida em que ele for capaz de responder às nossas necessidades.

Creio ser de fundamental importância que em nossa comunidade formativa, em nossas casas de formação, assumíssemos este tipo de subjetividade, esta proposta de humanização, para que assim, “a comunidade se torne agente de formação e o irmão (o outro), com toda a sua diversidade, seja esta passagem obrigatória, este instrumento misterioso e real da ação formativa do Pai”.

Capa do Mês de Outubro, o Mês Missionário!

"Aniversariantes do Mês !"


Mês de Setembro

04 - Pe. Marciel Silva de Lima (Natalício)

09 - Dra. Karina Cestari (Psicóloga do Propedêutico)

10 - Bruno Luiz Ferreira da Silva (Teologia)

28 - Murilo Vendite da Silva (Filosofia)

"A Palavra de Deus em nossa vida"

Neste mês de setembro, a nossa Igreja se dedica à Palavra de Deus, celebramos o mês da Bíblia.

Bíblia significa “livrinhos”, “livros pequenos”, e ela é dividida em duas partes denominadas Antigo Testamento, que é antes de tudo “uma historiografia (estudo e descrição da história) em que Deus é a personagem mais importante, cabendo a ele a iniciativa e que realiza um projeto de salvação” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 31), e o Novo Testamento, este que “não vem abolir o antigo, mas para dar-lhe cumprimento” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 535); e é também nesses escritos que “encontramos confirmada e professada a mesma fé dos livros do Antigo Testamento” (Dicionário Enciclopédico Teológico – LEXICON p. 79). Ela contém setenta e três livros que estão divididas em diversas categorias: o Pentateuco, os Livros Históricos, os Livros Poéticos e Sapienciais, os Livros Proféticos, os Evangelhos Sinóticos, o Evangelho de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo, a Epístola aos Hebreus, as Cartas Católicas e o Apocalipse.

Em nossos tempos modernos, e não somente na formação dos futuros dispensadores da Boa Nova, mas na vida de cada um de nós, leigos, é necessário que tenhamos um coração aberto para a prática da Palavra de Deus em nossas vidas como, por exemplo, por meio da sua meditação na Lectio Divina. É importante frisar o que diz Sua Santidade, o papa João Paulo II, no discurso sobre a Interpretação da Bíblia na Igreja. Diz que a Leitura Orante da Palavra “é uma leitura, individual ou comunitária, de uma passagem mais ou menos longa da Escritura acolhida como Palavra de Deus e que se desenvolve sob a moção do Espírito em meditação, oração e contemplação” (Papa João Paulo II: Interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Paulinas. p.150).

A prática da Leitura Orante deve ser assídua e ultrapassar os ambientes formativos; não é só para presbíteros e religiosos (as). Como nos diz a Constituição Dei Verbum, no número 25, é necessário aos sacerdotes, em especial, “a obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados, as grandíssimas riquezas da Palavra divina, sobretudo na Sagrada Liturgia […] e ensinar no reto uso dos livros divinos de modo particular do Novo Testamento e, sobretudo dos Evangelhos” (CONCÍLIO VATINO II – Constituição Dogmática sobre a revelação divina – Dei Verbum. 10. ed. Nº37. São Paulo: Paulinas, 2004. p.28); mas a Palavra deve fazer parte da nossa vida de comunidade também, seja nas comunidades de bairro, na Matriz, nos Grupos de Oração, na Catequese, ou seja, em todas pastorais e movimentos da nossa Igreja deve estar sempre presente a Sagrada Escritura, como forma enriquecedora da nossa fé, sendo um grande alimento espiritual.

Portanto, é de grande importância dar valor a este magnífico tesouro que temos em nossas mãos que é a Sagrada Escritura, seja ela para a conversão, para a oração e meditação. Que a Boa Nova seja parte fundamental na nossa vida, na pastoral e principalmente que seja morada dentro dos nossos corações, pois em nosso meio “a Palavra de Deus é viva e eficaz” (Hb 4,12). Sugiro ainda que neste mês meditemos o livro do Êxodo nos capítulos 15 a 18, que tem como Tema: Travessia: passo a passo o caminho se faz e com o Lema: Aproximai-vos do Senhor (Ex 16,9). Boa Leitura e meditação da Palavra de Deus em comunidade e em família.


Daniel Bento Bejo - 3° TEO

Ressonâncias - Eliete T. Cascaldi

No dia 22 de agosto, feriado do aniversário da cidade de Brodowski, onde estudamos, realizamos um encontro com as três etapas da formação (Propedêutico, Filosofia e Teologia), orientados pelos formadores espirituais (Pe. Paulo Mazzi, Pe. Luis Fernando, Pe. José Sidney), pelas psicólogas (Karina e Eliete) e pelo formador da casa da Teologia (Pe. Paulo Miki). Um momento rico, único! Atendendo a um pedido nosso, a Eliete partilha conosco suas impressões acerca desse momento.

RESSONÂNCIAS 

Ainda estou em estado de alegria. Meu coração pulsa pela emoção de um lindo encontro. Minha cabeça tenta organizar e assimilar tudo o que ouvi e vivi naquele 22 de agosto, dia de Nossa Senhora Rainha. Sem dúvida, um grande Encontro, onde Deus se fez presente no meio de nós.

Ganhamos em sabedoria com as reflexões dos orientadores espirituais: Pe. Paulo Mazzi, Pe. Sidney , Pe. Luis Fernando de Neris; e do Reitor do nosso seminário, Pe. Paulo Miki. Que riqueza revisitar algumas passagens bíblicas, extremamente ricas, como o encontro de Maria e Isabel, Jesus e a Samaritana, Esaú e Jacó.

Quanto ganhamos de calor humano no convívio com o Outro. Iniciar o dia pedindo a proteção de Deus e de Maria; receber um abraço gordo do amigo; brincar, cantar e rir juntos.

Como foi bom almoçar sem pressa!

Isto é vida!

Encontros que nos tornam pessoas melhores, mais felizes e serenas.

Maravilha quando nos dispomos a mudar e trabalhar para uma decidida Conversão Pessoal. Maravilha saber que poderemos contar com a força do grupo, quando em alta voz declaram: ”Nós te apoiaremos!”

Que livro estou lendo ? - Padre Marcelo Adriano Cervi

A ARTE DE SER DISCÍPULO

Amedeo Cencini, Ascese e disciplina: itinerário de beleza. São Paulo : Paulinas, 2011 (80 páginas).

Amedeo Cencini parte da concepção de que, no caminho da maturação humana e espiritual, existem regras e leis, ritmos a ser conhecidos e respeitados por quem leva a sério o seu amadurecimento. Esta constatação é importante diante daquilo que chama de "atual festival de subjetivismo religioso em que cada um parece extrair e adquirir quanto lhe agrada do supermercado religioso em voga".

O autor desmistifica e atualiza o significado e o conteúdo da ASCESE e da DISCIPLINA, colocando-as como a representação da resposta da criatura ao dom do Criador, ou seja, uma tentativa discreta e voluntária de acolher a ação de Deus em nós e de responder a Ele com um ritmo que traduza agradecimento, adoração e admiração.

Inseparáveis da mística, ascese e disciplina se tornam forma e norma da fé e da vida do cristão, numa dinâmica relacional. Como a mística coloca-nos diante do mistério do rosto de Deus, o projeto ascetico e místico da pessoa lhe ajuda a adequar-se a este rosto, num diálogo feito de oração e ação.

Não podemos separar ascética e disciplina da mística, para não correr o risco de enveredar-nos ou no moralismo voluntarista ou no perfeccionismo individualista.

O objetivo primordial de uma vida ascética e disciplinada não é senão, segundo um ritmo de maturação humana e de seguimento de Cristo conduzir cada um a "ter em si os sentimentos do Filho" (Fl 2,5). Esta é espiritualidade verdadeira pois "uma espiritualidade que não se torna pedagogia (e, portanto, ascese e disciplina) não merece este nome e está perto de dissolver-se em 'práticas de piedade' ou devocionismo generalizado". Diz o autor que "a espiritualidade é, em, si mesma, método, disciplina, pedagogia de uma experiência particular do divino, itinerário qualificado e disciplinado em direção a Deus"

Leitura agradável e fácil, estilo próprio, conteúdo que preenche e ajuda na caminhada de amadurecimento e aquisição da harmonia, do estilo, do amor e dos sentimentos do Filho, numa autêntica vida no Espírito.

O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

ENCONTRAR-SE COM JESUS - PALAVRA DE DEUS 

Permeando o sentido do itinerário de todo vocacionado, realçado ainda pela beleza do chamado de Deus e pelo gesto de abertura sincera daquele que responde, ele tem no “encontro com Jesus Cristo o início do processo formativo” (Doc. 93-CNBB, n. 93). Processo este em que se destacam também os outros aspectos fundamentais – conversão, discipulado, comunhão e missão – e que devem “aparecer de maneira diversa em cada etapa do caminho, mas que se complementam intimamente e se alimentam entre si” (n. 92). É nesta perspectiva que o vocacionado deve progredir para que possa, no amadurecimento e na integração, tornar-se discípulo-missionário de Jesus Cristo, ícone do Bom Pastor (cf. Plano Formativo Diocesano, p. 5).

Referindo-se a este “Encontro pessoal com Cristo”, o documento de Aparecida mostra que deve ser feito “na oração com a Palavra” (n. 319). O que nos vem explicitar ainda mais o documento 93, quando se refere aos objetivos que a formação deve alcançar: “exercitar na oração e na meditação para serem mestres de oração; preparar para o ministério da Palavra, a fim de que entendam sempre melhor a Palavra revelada de Deus, que a possuam pela meditação e a exprimam por palavras e atitudes”(n. 86).

Eleva ainda mais a importância da Palavra na vida do vocacionado como busca persistente para tornar-se perene o que aponta a Exortação Apostólica Verbum Domini: “A Palavra de Deus é indispensável para formar o coração de um bom pastor, ministro da Palavra” (VD n.78). O futuro presbítero precisa deixar-se persuadir pelo próprio Senhor, abrindo-se cada vez mais no seu processo formativo a uma “grande familiaridade pessoal com a Palavra de Deus” por isso “é preciso abeirar-se da Palavra com coração dócil e orante, a fim de que ela penetre a fundo nos seus pensamentos e sentimentos e gere nele uma nova mentalidade – o pensamento de Cristo (1Cor 2,16)”(VD n. 86). 

A missão confiada ao futuro presbítero só pode existir se estiver fundamentada na Palavra, pois ninguém pode conduzir o outro para um lugar ao qual ele próprio ainda não chegou (cf. Lc 6,39-40). Assim suas atitudes serão consequências da escuta desta Palavra e seus gestos corresponderão aos gestos do Bom Pastor, portanto, devem ser formados na escola de Jesus. A formação só pode acontecer quando se cria hábitos, caso contrário ela fica só na informação. Formar é criar identidade com Jesus, criar hábitos de Jesus (cf. Lc 6,40). Lucas no Evangelho apresenta a grande característica de Jesus que é a perseverança: ele leva o projeto até o fim. Discípulo é aquele que persevera (cf. Lc 22,28); por isso, o problema não é iniciar o caminho, mas chegar até o fim. A parábola do Semeador (Lc 8, 5-15) nos recorda que o problema está no terreno, na maneira como interpretamos a ação de Deus, de como compreendemos a sua obra e como conduzimos a aprendizagem (cf. Lc 8,18). O problema não é, portanto, a semente pois a Palavra tem eficácia.

Direção Espiritual - Orientador: Pe. Paulo Cezar Mazzi

No último 22 de agosto, as três casas de formação, a saber Propedêutico, Filosofia e Teologia, se reuniram para repensar a convivência na vida comunitária. Este encontro foi preparado e dinamizado pelas psicólogas Eliete e Karina, e pelos padres Paulo Miki, Sidney, Luís Fernando e Paulo. Além de algumas dinâmicas de interação, os seminaristas refletiram sobre “O outro como mediação formativa de Deus para mim”, um texto bastante profundo de Amedeo Cencini. Também alguns textos bíblicos foram utilizados para ajudar na compreensão do outro em nossa vida e na maneira como nos posicionamos diante do encontro. Assim, os seminaristas meditaram sobre o encontro entre Maria e Isabel, o encontro entre Jesus e a samaritana e o encontro entre Esaú e Jacó. Após essas reflexões, as três casas se reuniram para um bate-papo espontâneo sobre os desafios da convivência e as atitudes necessárias para superá-los. Em seguida houve o almoço. Na parte da tarde, a reflexão girou em torno da relação com o outro a partir da teologia paulina do corpo, descrita no capítulo 12 da 1ª Carta aos Coríntios. No final, os seminaristas foram convidados a construírem um brasão que expresse o desejo de se construir uma relação com o outro baseada nos valores do evangelho.

Abaixo segue alguns pontos refletidos durante o encontro:

• A vida comunitária,e mais em geral a vida de relacionamento, representa o contexto normal em que aprendemos cotidianamente a difícil arte de crescer juntos, deixando-nos formar e plasmar pelo irmão

ao qual não estamos ligados por nenhum vínculo de carne e de sangue, e que por isso mesmo se torna instrumento misterioso da ação formadora do Pai.

• A vida comunitária é o lugar da relação com o outro, e do “outro” verdadeiramente tal, porque não foi escolhido pelo sujeito conforme seus gostos. Nossa tendência seria a de homologar, de nivelar as diversidades ou colocá-las em conflito, de tornar o outro semelhante a nós e até evitar quem não se adequar ao nosso modelo.

• Quando vivemos com os outros, aprendemos inclusive a obedecer não só a Deus, como também às mediações humanas, aos próprios irmãos, mas de qualquer forma por Deus, jamais pelos homens. A comunidade, então, torna-se agente de formação, e o irmão, com toda a sua diversidade, é passagem obrigatória dessa mediação educativa, aliás, instrumento misterioso e real da ação formativa do Pai.

• A vida comunitária forma somente aqueles que se deixam formar e acompanhar por ela, que certamente não são aquelas pessoas que têm uma atitude passiva e um pouco parasitária, os assim chamados “consumidores” de comunidades, mas exatamente o contrário disso, os construtores de comunidade. Ou seja, aqueles que aceitam ser responsáveis um pelo crescimento do outro, vigias um do outro, que se preocupam com quem está ao lado deles, e, ao mesmo tempo, são abertos e disponíveis para receber o dom do outro, capazes de ajudar e de serem ajudados.

• Ninguém pode descarregar sobre a vida comunitária ou sobre o relacionamento em geral a tarefa da sua própria formação, esperando ingenuamente que tudo venha de lá; ou pretendendo que esse seja o contexto ideal para se cumprir um caminho pessoal de crescimento, quem sabe até justificando a própria inércia a esse respeito com as imaturidades dos outros. A comunidade é formativa à medida em que seus componentes assim a tornem, ou à medida que cada um se preocupe com cada irmão e com toda a comunidade.


Pe. Paulo Cezar Mazzi

O Reitor do Seminário - Propedêutico e Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima

Bíblia, carta de amor enviada por Deus

Meus queridos seminaristas, leitores e leitoras deste boletim, como acontece todos os anos, a Igreja do Brasil desde 1971, impulsionada pela renovação proposta pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), onde a Palavra de Deus se tornou mais acessível a todos os grupos eclesiais, para reflexão, estudo e catequese, dedica um mês para a Bíblia Sagrada.

Este ano, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico Catequética da CNBB, propõe como livro de estudo para este mês, o livro do Êxodo, nos seus capítulos 15,22 a 18,27, conhecido como o “Livro da Travessia”. O tema do mês da Bíblia deste ano é “Travessia passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

Considerando essas propostas, é bom e salutar, como formandos que buscam configurar-se a Cristo Bom Pastor, que na casa de formação, orientados pelo projeto formativo, a Palavra de Deus ocupe a cada um, de tal modo que se exercitem na escuta, na leitura e na meditação da Sagrada Escritura, proporcionando para si, momentos de Lectio Divina (Regulamento do Seminário n. 82). Que isto não aconteça somente no mês de setembro, mas que perdure durante toda a nossa vida, para que mergulhando nos textos sagrados, acolhamos esta carta de amor que Deus escreveu e enviou para cada um de nós.

A propósito de carta de amor, dizia São Gregório Magno escrevendo a seu amigo Teodoro: “Dizem-me que estás realizando as coisas mais belas e importantes; mas me contam também que não encontras tempo para ler a Bíblia. Escuta-me bem: se o imperador escrevesse uma carta, terias coragem de descartá-la antes de a ter lido inteira? Certamente que não! Pois bem, o próprio Deus nos escreveu uma carta de amor para a nossa salvação... Aprende, portanto, a conhecer o coração de Deus pelas palavras de Deus, e assim suspirar com mais ardor pela eternidade”.

Acolhamos, pois o ensinamento de São Gregório: vamos aprender a conhecer o coração daquele que nos chamou, por meio da sua palavra; entremos no mundo da bíblia, para que familiarizados com ela nos familiarizemos também com o nosso criador.

Capa Setembro - 2011 - "Mês da Bíblia".



É importante conhecer os ensinamentos do nosso Deus.
"Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera". (Sl 1,1-3).

"Aniversariantes do Mês !"


Mês de Agosto

01- Padre Marcelo Adriano Cervi (Professor)

30 - Jefferson Francisco M. Araújo (2° TEO)

Amigos, felicidades ! Que Deus vos abençoe hoje e sempre !

Aconteceu no Seminário! - 3/3


Convivência 

Nas primeiras semanas do mês de julho, logo que as aulas foram encerradas, estivemos no seminário para um tempo de formação intensiva e para as missões. Um tempo bastante precioso, uma vez que nos possibilita fazer o que nem sempre conseguimos durante o ano letivo: dedicar grande parte do nosso tempo à formação espiritual e pastoral.

Estiveram conosco o diretor espiritual de nossa casa de formação, Pe. Paulo Mazzi; o Dr. Pe. Waldecir Gonzaga, que nos acolheu em sua paróquia para as missões; o Pe. Marcelo Cervi, a cuja paróquia fomos para participar de uma missa, da formação com ele e de uma confraternização.

Nos dias 04 e 05 de julho, o Pe. Paulo Mazzi, a partir de alguns autores consagrados da espiritualidade (Henri Nouwen, Thomas Green, Carlos Mesters) e de um subsídio da CNBB, trabalhou o tema da leitura orante da Bíblia com muita propriedade. Mais que um momento de formação, foi uma oportunidade para todos reverem o seu modo de orar a Palavra de Deus, pois ele ofereceu-nos algumas pistas para uma oração atenta e verdadeira.

Nos dias seguintes, o Pe. Waldecir, ainda trabalhando o tema da Sagrada Escritura, mostrou-nos seu uso pastoral. Desenvolveu o tema da animação bíblica da pastoral, a partir da leitura feita por dom José Peruzzo, bispo de Palmas-Francisco Beltrão (PR). Aproveitou o momento também para trabalhar o tema desenvolvido por ele junto aos assessores das pastorais de nossa diocese, uma vez que ainda respiramos os ares da 6ª Assembleia Diocesana de Pastoral. O tema foi “a identidade da Igreja Particular e suas forças vivas”.

Na sexta feira, pela manhã participamos de uma missa na matriz de são João Batista de Bebedouro, presidida pelo Pe. Marcelo, ao som do majestoso órgão de tubos. Em seguida, no Colégio Anjo da Guarda daquela cidade, participamos da formação com ele e da confraternização que as irmãs doroteias, responsáveis pelo Colégio, nos ofereceram. Em sua formação, Pe. Marcelo abordou os objetivos das novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas pelos bispos reunidos na 49ª Assembleia da CNBB deste ano. No tocante à formação dos futuros presbíteros, desenvolveu o tema da maturidade humana e do uso da internet nos nossos tempos e, especialmente, dentro do seminário.

Agradecemos a todos as importantes contribuições que nos deram. De modo muito especial, agradecemos às irmãs doroteias de Bebedouro que nos acolheram muito carinhosamente no Colégio.

Aconteceu no Seminário! - 2/3


 Santa Missa presidida por Dom Wilson Angotti 

No dia 06 de julho, esteve conosco dom Wilson Luís Angotti, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte – MG. Dom Wilson pertencia ao clero de nossa diocese; foi nomeado bispo pelo Santo Padre, o papa Bento XVI, em maio deste ano. Antes de ser nomeado, dom Wilson trabalhava em Brasília como assessor da comissão para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Dom Angotti nasceu em 5 de abril de 1958, em Taquaritinga (SP). Ele é filho do advogado Wilson Angotti e da professora Iraci Angotti. Estudou filosofia no Seminário diocesano de São Carlos e teologia no Centro de Estudos da arquidiocese de Ribeirão Preto, coligado à Pontifícia Faculdade de Teologia “Nossa Senhora da Assunção”, de São Paulo. Em 1988 obteve a Licenciatura em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

Em sua homilia, dom Wilson recordou aos seminaristas as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para os próximos anos (2011-2015). Como este documento é o que vai guiar-nos em nossa ação evangelizadora, dom Wilson oportunamente falou-nos do rosto que a Igreja no Brasil precisa adquirir para si, o rosto de uma Igreja em estado permanente de missão, que parta sempre da pessoa de Jesus Cristo.

De fato, o Documento afirma que “toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e seu Reino. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. Nele, com Ele e a partir dele mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária”. As novas Diretrizes foram inspiradas no Documento de Aparecida. O conteúdo não seria algo completamente novo, mas um esforço de algo enxuto, que possa inspirar a atividade da Igreja nos próximos quatro anos.

Obrigado, dom Wilson, pela presença entre nós, por ter nos falado sobre os anseios do coração de nossa Igreja para o tempo no qual vivemos. Rezamos a Deus, pedindo que abençoe o seu ministério junto à igreja particular de Belo Horizonte, onde está como auxiliar.

Aconteceu no Seminário! - 1/3


"Festa Junina para as famílias" 


Com o empenho e a colaboração de todos, pudemos realizar, no fim do semestre passado (dia 28-6), a nossa tradicional Festa Junina do Seminário, com a participação de nossas famílias, das religiosas do Centro Diocesano de Pastoral, das funcionárias, professores e psicólogas.

Como é costume, nos reunimos na Capela do Seminário para o terço cantado à moda caipira, seguido pela bênção e hasteamento do mastro dos Santos Antônio, João e Pedro, à luz e em redor de uma bela fogueira (seu calor naquela noite fria de junho tornou a festa ainda mais aconchegante!). Um momento impressionante foi a queima de fogos. De fato, as luzes que iluminaram o céu naquela noite surpreenderam.

Logo em seguida, no refeitório, nós fizemos a nossa confraternização, aproveitando os quitutes de sabor junino.



Não pode passar sem registro a presença de nosso bispo diocesano, do Pe. Biso (cura da Catedral), do Pe. Leandro (pároco da Paróquia São José Operário), ambos professores do curso propedêutico, e do Pe. Flávio (mestrando em Roma), que estiveram conosco.

O Reitor do Seminário - Teologia Pe. Paulo Fernando Miki

O SENHOR CHAMA PARA O SEU SERVIÇO

O mês vocacional apresenta-se como uma oportunidade para pensarmos naqueles que Deus chama para o seu serviço e a uma reflexão no chamado que fez a cada um de nós, para que sempre busquemos fortalecer nossa vocação com o impulso e o envolvimento daquela que foi nossa experiência da descoberta e do discernimento. Assim, nós que estamos nesta caminhada, poderemos aprofundar o nosso serviço na dinâmica da nossa resposta e situar-nos no processo da formação inicial, sempre com o entusiasmo e a disponibilidade marcantes deste momento.

Diz-nos o documento 93 que “a vocação e o ministério sacerdotal são dons de Deus à sua Igreja para continuar a missão de Jesus Cristo, Bom Pastor. A Igreja acolhe os vocacionados ao sacerdócio, louvando o Senhor pelo precioso dom da vocação, que continua chamando operários para a messe”(n. 42).

Consciente de sua responsabilidade, a Igreja tem o compromisso de acolher e favorecer o discernimento do vocacionado, através do acompanhamento e de uma formação sólida, despertando-o para o seguimento de Cristo. Os vocacionados inserem-se, contudo, na realidade atual e suas transformações, o que deve ser levado em consideração no processo formativo (cf. nn. 33-41).

O Senhor chama para o seu serviço e dá a graça necessária para que o vocacionado responda com decisão e generosidade. Por isso, as famílias devem reconhecer a bênção de ter um filho chamado por Deus, apoiando-o em sua resposta (cf. n.101). Considerando que “a vocação é condição para assumir o ministério presbiteral” (n. 103), sendo dom de Deus e também um dom para a Igreja. Como dom e bem para a Igreja é seu dever de promover e cuidar. A responsabilidade pela Pastoral Vocacional é de todo o Povo de Deus, começando pela família e continuando na comunidade, através da formação e ajudando no discernimento daqueles que são chamados (cf. n. 105).

O Senhor chama para servir na sua Igreja, portanto, devo corresponder a estas expectativas para anunciar não o que eu quero, mas o que a Igreja quer e espera que eu seja fiel à Palavra recebida. A vocação é ato da eleição do amor de Deus para com aquele que escolhe, chama, forma e envia. A resposta parte da escuta inicial e do discernimento para a abertura sincera ao processo de formação no Espírito Santo.

Dom Antonio, bispo emérito de Taubaté, com seus 91 anos e com toda a sua experiência nos diz: “Padre é ministro de Deus a serviço do povo, para que o povo esteja em relação com Deus. Ele deve ser presença de serviço, promovendo as comunidades e as pessoas na sua dignidade, por isso foi chamado a se configurar com Cristo para ser sal da terra e luz do mundo. Se o povo vê no Padre só o orador não se converte, mas se vê nele o orante, se converte; tem que ser aquele que fala de Deus, com Deus e que se encontra com o povo.” (Palestra proferida no curso de especialização para formadores - Taubaté, 28 de julho de 2011).

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