O Reitor do Seminário - Propedêutico e Filosofia Pe. Marciel Silva de Lima

Humanizar-se é preciso. 

Queridos seminaristas, impulsionado pelo encontro realizado no último dia 22 de agosto, onde como comunidade formativa, nos reunimos para repensar a convivência na vida comunitária, gostaria de apresentar, além do que já foi apresentado e discutido no mencionado encontro, um pensamento sobre esta realidade que nos envolve: o outro.

Sabemos que o ser humano é um ser relacional, um ser que tende para a expansão. O ser humano é um ser capaz de desenvolver a sua própria identidade, capaz de viver com autonomia e também, capaz de ser aceito e valorizado pelo outro. Portanto, é um ser que se relaciona, que mantém contato com o outro.

Em seu artigo publicado na edição de setembro deste periódico, Pe. Paulo Mazzi apresentava alguns pontos que foram refletidos durante o encontro, dentre eles, o de que “a vida comunitária é o lugar da relação com o outro, e do outro verdadeiramente tal”. Quem é o outro para mim? Quem é o meu próximo? Como tenho considerado aquele que caminha comigo e que tem o mesmo objetivo que eu?

Considerando quanto fora dito até então e, apresentando o meu pensamento a respeito do outro, o faço mencionando o Pe. Alfonso García Rubio, autor do livro Evangelização e Maturidade Afetiva. Ele nos diz que no processo de humanização integral, o ser humano é chamado a viver a antropologia da alteridade, ou seja, no contexto da dimensão afetiva, deve assumir uma subjetividade aberta. É chamado, portanto a viver a alteridade, isto é, reconhecer, aceitar e valorizar o outro como outro, na sua diferença. Não se trata neste caso de manipular, coisificar ou instrumentalizar o outro, mas de abri-se ao outros, respeitando-o e aceitando-o como diferente.

Somos pessoas necessitadas e carentes e, por isso, esperamos, no relacionamento com o outro, alguma reciprocidade e por isso, devemos rejeitar toda e qualquer forma de relacionamento que tenha como fundamento o próprio interesse, aceitando o outro somente na medida em que ele for capaz de responder às nossas necessidades.

Creio ser de fundamental importância que em nossa comunidade formativa, em nossas casas de formação, assumíssemos este tipo de subjetividade, esta proposta de humanização, para que assim, “a comunidade se torne agente de formação e o irmão (o outro), com toda a sua diversidade, seja esta passagem obrigatória, este instrumento misterioso e real da ação formativa do Pai”.

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